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Apostila CGA

Apostila CGA Pro Educacional

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1 Resumo CGA: Gestão de Carteiras – Renda Variável 

  • Uma das ferramentas muito utilizadas é a análise técnica e de tendências:   
  • Estudo de dados históricos do mercado, incluindo preço e volume; 
  • Usar o desempenho passado para prever o comportamento futuro do mercado; 
  • As duas formas mais comuns de análise técnica são padrões gráficos e indicadores técnicos. 
  • A análise fundamentalista é o método de avaliar um ativo na tentativa de medir seu valor intrínseco:   
  • Fatores econômicos; 
  • Fatores financeiros; 
  • Fatores qualitativos e quantitativos relacionados; 
  • Analistas fundamentais estudam qualquer coisa que possa afetar o valor do ativo, incluindo fatores macroeconômicos e fatores microeconômicos. 
  • A implementação mais comum de gestão passiva é a indexação, onde o gestor investe a fim de imitar o desempenho de um índice, conhecido como índice de segurança; 
  • Gestão ativa compra, vende ou mantêm os valores mobiliários em uma tentativa de superar seu benchmark; 
  • O investidor determina entre uma gestão ativa ou passiva a partir o estilo de investimento; 
  • O investidor deve primeiro considerar o grau em que acredita que os especialistas em finanças podem gerar retornos maiores do que o normal. 
  • Métodos de Indexação:   
  • Um índice ponderado de preços é simplesmente uma média aritmética dos preços dos títulos incluídos no índice; 
  • Um índice ponderado pela capitalização de mercado, ou apenas valor ponderado, é calculado através da soma do valor de mercado total; 
  • Um subtipo de um índice de valor ponderado é o índice de capitalização de mercado livre flutuante-ajustado; 
  • Em um índice ponderado todos os retornos das ações recebem o mesmo peso, ou seja, o índice é calculado como se o investidor mantivesse um investimento de determinada quantidade de reais em cada ação no índice; 
  • Independentemente do sistema de ponderação, o investidor deve estar ciente das diferenças nas metodologias através de índices. 
  • As duas principais estratégias ativas são a Growth e a Value Investing   
  • Os investidores devem considerar é se eles preferem investir em empresas de crescimento rápido (Growth) ou em líderes de mercado subvalorizados (Value Investing) 
  • Outras duas categorias de investimento, estilos, seriam os investimentos em Small Cap ou Large Cap   
  • Os investidores têm preferência por investir em pequenas ou grandes empresas 
  • Por definição, uma estratégia de mercado neutro não tem nenhuma exposição de risco sistemático do mercado, nem a direção nem a magnitude do movimento no mercado global deverá afetar o retorno da carteira. 
  • Long-short é uma forma de conseguir a neutralidade do mercado. As posições compradas e vendidas são dimensionadas para remover qualquer exposição à direção geral do mercado. 
  • As estratégias neutras de mercado, por outro lado, concentram-se em fazer apostas concentradas com base em discrepâncias de preços com o objetivo principal de alcançar um zero beta versus seu índice de mercado apropriado para se proteger do risco sistemático. 
  • As estratégias de vendas estendidas, também conhecidas como estratégias de long-short parciais, são vistas pelo mercado como extensões do tipo buy-and-hold:   
  • O gerenciador vende uma quantidade de títulos iguais a uma determinada percentagem da sua carteira comprada, e então adquire uma quantidade igual de títulos 
  • Entre as vantagens da estratégia de venda estendida podemos incluir:   
  • É percebida como uma estratégia de equidade, não como um investimento alternativo. 
  • Permite que um gerente melhor explore a informação disponível, extraindo valor dos títulos que podem ser comprados e vendendo os títulos que estão excessivamente valorizados. Carteiras unicamente compradas podem evitar a compra de ativos sobrevalorizados, mas não ficar vendido neles. 
  • A posição vendida libera fundos adicionais para investir em posições de valor, como no exemplo 120% do capital, na opção por 120/20. Na estratégia única de compra o gerente só pode investir 100%. 
  • Estratégias de vendidas estendidas podem ser implementadas sem um mercado de derivativos. Muitas estratégias de mercado neutro utilizam futuros ou swaps para contraparte de sua execução. 
  • A estratégia de venda estendida é uma carteira mais eficiente e coordenada de compras e de posições vendidas. Posições compradas só são tomadas sob estoques avaliados, ou pelo menos de neutro-valor, e posições vendidas estão em estoques sobrevalorizados. 
  • Há também desvantagens quando comparamos com outras abordagens:   
  • Custos de transação mais elevados devido a maior quantidade de negócios executados, 120% do capital comprado e 20% do capital vendido, como em nosso exemplo. Além disso, existem taxas de empréstimos sobre os ativos emprestados para cobrir a posição vendida. 
  • Todo o potencial do valor acrescentado vem da capacidade dos gerentes para identificar ações sub e sobre avaliadas. Em contraste, a equalização de uma carteira de mercado-neutro, long-short, ganha retornos do ganho/perda na compra e nas posições vendidas como uma estratégia de mercado neutro long-short geralmente é comparado ao dinheiro equivalente enquanto estratégias de venda estendida são comparadas ao retorno do capital próprio. 
  • A estratégia orientada a eventos, a Event Driven:   
  • Estratégia de investimento que tenta aproveitar a precificação de ações que pode ocorrer antes, ou depois, de um evento corporativo; 
  • O objetivo do investidor é aproveitar a má precificação temporária causada por uma reorganização societária, reestruturação, fusão, aquisição, falência ou outro evento importante 
  • A estratégia de arbitragem em fusões envolve simultaneamente a compra e venda de ações de duas empresas que se fundem no intuito de gerar lucros “sem risco”, é frequentemente considerada uma estratégia de hedge funds; 
  • O investimento socialmente responsável é o uso de preocupações éticas, sociais ou religiosas para as decisões de investimento 
  • Existem cinco principais diferenças entre os fundos mútuos de índice e os Exchange-Traded Funds (ETFs):   
  • Em primeiro lugar, os fundos mútuos de índice são negociados com menor frequência; 
  • Em segundo lugar, os ETFs não precisam manter registos de informações para os acionistas, ao passo que os fundos mútuos precisam; 
  • Em terceiro lugar, os fundos mútuos de índice, geralmente, pagam taxas superiores das que os provedores de ETFs conseguem negociar; 
  • Em quarto lugar, ETFs são fiscalmente mais eficientes do que os fundos mútuos de índice; 
  • Em quinto lugar, os custos de segurar que um ETF por longo prazo é tipicamente inferior do que manter uma cota de um fundo mútuo de índice. 
  • A análise de investimento bottom-up:   
  • É uma abordagem de investimento que se concentra na análise de ações individuais e diminui a importância dos ciclos econômicos e dos ciclos de mercado; 
  • Pressupõe que as empresas individuais podem se sair bem mesmo em um setor que não esteja oferecendo bons resultados agregados. 
  • A análise de investimento top-down:   
  • Examina primeiro o quadro geral, analisa os detalhes dos componentes menores; 
  • Segue nesta ordem: análise global, análise de tendências macro, análise setorial, análise de uma ação específica. 
  • Os gestores de fundos de renda variável utilizam algumas métricas que são comuns no mercado para realizar sua seleção de carteira, como a relação preço lucro, ou preço valor contábil de uma ação; 
  • As duas principais justificativas para uma estratégia de valor são:   
  • Apesar de ganhos da empresa poderem estar restritos agora, o dividendo pode aumentar no futuro; e 
  • Os investidores argumentam que as ações de rápido crescimento valem o risco de comprar ações com baixos múltiplos de lucro dividendo. 
  • entre todas as formas de fundos de renda variável algumas questões precisam ser levadas em consideração, como:   
  • Baixa liquidez, a alocação de portfólio para essa classe deve ser controlada com um plano de emergência para situações de estresse no mercado; 
  • Diversificação, realizada através de um número necessário de classes para cada tipo de estratégia, apenas carteiras muito grandes têm fundos suficientes para suportar uma diversificação completa. Importante deixar claro qual estratégia de diversificação está sendo utilizada. 

2 Resumo CGA: Gestão de Carteiras – Renda Fixa 

Nesta seção, os principais conceitos abordados ao longo do capítulo são resumidos: 

  • A curva de juros estrutura a termo das taxas de juros é uma demonstração gráfica de como o mercado está precificando o risco; 
  • Teoricamente “taxa de juros” significa o preço de que alguém abre mão de consumir o seu dinheiro no presente para fazê-lo no futuro; 
  • Essa ferramenta determina, para cada prazo de vencimento, quanto o mercado demanda de juros; 
  • A taxa do título na data da compra é a taxa de juros pela qual o título está sendo negociado no momento da compra:   
  • no caso de títulos prefixados, ela representa o rendimento do título; já no caso de títulos pós-fixados, representa o ágio ou deságio com que estão sendo negociados. 
  • A data de liquidação da compra e a data de vencimento dos títulos são referentes às datas da compra e do vencimento do título; 
  • A taxa de juros anual do cupom é a remuneração periódica do valor investido que será recebida pelo investidor ao longo da vida do título; 
  • A rentabilidade bruta é a rentabilidade nominal calculada para o título; 
  • O ágio e o deságio se referem à valorização e à desvalorização do título no mercado, respectivamente; 
  • A liquidez é a medida que reflete a velocidade com a qual o ativo pode ser transformado em dinheiro; 
  • A duration e a convexidade também são métricas comuns para quem trabalha com títulos de renda fixa:   
  • a duration (ou prazo médio) indica quanto tempo seria necessário para o investidor, com a mesma taxa de juros acordada, receber de uma só vez um valor que, trazido a valor presente, teria o mesmo valor que a quantia anteriormente calculada; 
  • a convexidade pode ser calculada como a variação da inclinação da curva de preço e juros do título; com isso, é possível calcular a sensibilidade do título com relação à taxa de juros; 

 

  • Classificação de estratégias:   
  • buy and hold; 
  • riding the yield curve; 
  • steepening; 
  • flattening; 
  • butterfly; 
  • estratégia de segmentação de mercado:   
  • alocação estratégica de ativos; e 
  • alocação de ativo de ponderação constante. 
  • hedge. 
  • Dentre os principais riscos, podemos citar os seguintes:   
  • o risco de crédito, que é definido como a perda causada pela declaração de falência por parte da contraparte e cessação de pagamento por parte do devedor; 
  • o risco de propagação, que se refere ao declínio no preço em relação a títulos livre de risco devido à propagação de algum alarde em momentos de crise; 
  • o risco de migração de crédito, que se refere ao risco de que um título pode declinar em qualidade de crédito em relação a sua avaliação inicial enquanto estiver participando da carteira. 
  • Quando uma carteira é criada, o objetivo de retornos deve estar relacionado à finalidade dessa carteira, a qual:   
  • pode ser criada para suprir um fluxo futuro de saídas; 
  • pode ser criada para suprir uma necessidade futura única. 
  • Como uma classe de ativos usada em uma carteira, os títulos de renda fixa podem oferecer ao gestor:   
  • diversificação; 
  • um fluxo de caixa regular e previsível; 
  • proteção contra a inflação. 
  • Um dos pontos mais importantes que o gestor necessita observar no momento de adquirir uma posição em renda fixa é a liquidez. As questões que levam à baixa liquidez de um título incluem:   
  • um número muito grande de emissões de títulos; 
  • títulos normalmente são negociados em mercado de balcão, o que aumenta o custo de busca para encontrar uma contraparte em qualquer transação. 
  • Alternativas para que investimentos em renda fixa sejam realizados de forma indireta, tais como:   
  • fundos de renda fixa que captam os recursos e realizam as compras dos diversos títulos, oferecendo a sua rentabilidade na forma de valorização das cotas; 
  • derivativos, que incluem futuros de obrigações e swaps de taxas de juros: os futuros são negociados em bolsa, e os swaps de taxas de juros são negociados em mercado de balcão; 
  • fundos negociados em bolsa, os ETFs, estão disponíveis e replicam muitos setores do mercado de renda fixa. As ações são facilmente negociadas e têm alta liquidez. 
  • A análise de mudanças paralelas indica que a estratégia de duration, ao invés de uma estratégia de fluxo de caixa, pode oferecer uma imunização contra o risco estrutural; 
  • O risco estrutural se deve à criação de uma duration de carteira com uma repartição diferente de vencimentos dos ativos contra a atribuição de durações de responsabilidade:   
  • uma mudança paralela indica que a imunização pode ser descrita como de zero replicação, isto é, um título de zero cupom poderia ter sido usado para reproduzir um título de fluxo de caixa sem risco; 
  • uma mudança paralela na curva de rendimentos não indica que a estratégia é estruturalmente livre de risco; 
  • o pressuposto de mudança paralela é uma condição suficiente para conduzir a estratégia a ter sucesso, mas não é um pressuposto necessário; e 
  • mudanças paralelas na curva de rendimentos não significam que a melhor estratégia seja buy and hold. A duration do cupom de rolamento declina mais lentamente do que a maturidade, enquanto a duration da responsabilidade alvo diminui linearmente conforme a aproximação da data de pagamento. 
  • Para o gestor, a seleção de benchmark começa com a definição dos objetivos e das restrições do cliente, determinando a estratégia de alocação dos ativos que atendam a esses requisitos, que envolve:   
  • um índice estático, sem alterações, o que tende a gerar uma carteira com títulos em que a duration declina conforme a idade dos títulos; 
  • um índice que inclua títulos de novas emissões, o que pode fazer com que as características do índice selecionado como referência mudem ao longo do tempo, perdendo as características que possuía quando foi contratado no início da carteira; 
  • índices de valor ponderado, os quais concedem maior peso aos maiores emissores, o que pode resultar em um portfólio altamente concentrado em papéis de poucos emissores. 

 

3 Resumo Novo CGA: Investimentos no Exterior 

Mercado acionário no exterior 

Common stocks (ações ordinárias): 

  • recebem dividendos por sua participação nos lucros; 
  • garantem direito de voto; 
  • são mais arriscadas, mais descontadas e com lucro esperado maior; e 
  • não possuem preferência em caso de liquidação. 

  

Preferred stocks (ações preferenciais): 

  • menor risco, menor desconto e menor lucro esperado; 
  • característica de títulos de renda fixa: podem pagar dividendos regulares, fixos ou indexados a algum benchmark; 
  • em caso de liquidação, possui preferência; e 
  • não garante direito de voto. 

 

Principais índices internacionais 

Tabela – Resumo dos índices setoriais/voltados para economias específicas. 

 

EAFE 

BRIC 

Emergentes 

Descrição 

Economias desenvolvidas: Europa, Austrália, Extremo Leste da Ásia. Economias caracterizadas por baixo crescimento e governos estáveis. 

Grandes economias com altas taxas de crescimento: Brasil, Rússia, Índia e China. Relativa estabilidade política e institucional. 

Economias emergentes dispersas ao redor do globo. Experimentam períodos de rápido crescimento, poucas grandes companhias presentes, governos caracterizados por fragilidade política institucional. 

Países 

Austrália  

Áustria 

Bélgica 

Dinamarca 

Islândia 

Finlândia 

França 

Itália 

Japão 

Nova Zelândia 

Suíça 

Etc. 

Brasil 

Rússia 

Índia 

China 

Argentina  

Chile 

Colômbia 

Egito 

Hungria 

Indonésia 

México 

Peru 

Venezuela 

Etc. 

  

Setores 

Consumo  

Serviços financeiros 

Energia 

Saúde 

Informação 

Telecomunicações 

Nanotecnologia 

Etc. 

Bancos  

Energia 

Manufatura 

Materiais 

Transportes 

Etc. 

Energia  

Manufatura 

Extração mineral 

Etc. 

  

Fonte: Elaborada pelo autor. 

ETFs internacionais: 

  • cesta de ações que estão incluídas em um índice internacional; 
  • forma simples de acessar o mercado estrangeiro; 
  • negociados em bolsa como uma ação; 
  • podem ser um investimento caro, com altas taxas; e 
  • uma alternativa simples aos ETFs, para exposição ao mercado estrangeiro, é a compra de ações de empresas da bolsa nacional com forte presença no mercado internacional. 

 

ADRs: 

  • empresas estrangeiras negociadas no mercado americano; 
  • não são ações, mas certificados de depósito dessas ações (o que, na prática, é equivalente); e 
  • podem ser negociados em mercado de balcão caso a empresa não seja capaz de cumprir as exigências da bolsa ou não queira fazê-lo. 

Mercado de balcão norte-americano (Over the Counter): 

  • Negocia ações de empresas que não preenchem as exigências das bolsas; 
  • Negocia somente ativos não presentes em bolsa de valores convencional; 
  • É realizada, geralmente, através de corretoras que fazem o papel de market maker, conferindo liquidez e definindo preços com o auxílio da OTC Link ou da Over the Counter Bulletin Board (OTCBB); 
  • Menor transparência; 
  • Nos mercados internacionais de balcão, podemos encontrar:   
  • títulos de dívidas (municipais, corporativos e emergentes); 
  • recibos de depósitos de empresas estrangeiras, como os American Depositary Receipts (ADRs); 
  • ações de pequenas empresas; 
  • cotas em fundos de investimentos; e 
  • carteiras de investimentos referenciadas em ativos negociados no balcão organizado. 
  • Maior exposição aos riscos:   
  • Risco de liquidez: os ativos são menos negociados, o que reduz consideravelmente o número de participantes interessados; 
  • Risco de mercado: por conta do risco de liquidez, os preços sofrem grandes oscilações, as quais se traduzem em volatilidade e altos spreads (diferença nas cotações de compra e venda); 
  • Risco de crédito: como não existe a presença de uma contraparte central de forma a fornecer garantia para as operações (como uma clearing), há possibilidade do risco de inadimplência; e 
  • Risco de operações: não existe um “sistema de segurança” para evitar fraudes, o que tem mudado desde a crise do subprime em 2008. Atualmente existem várias autoridades globais representadas pela Financial Stability Board (FSB), que tem estabelecido algumas medidas de segurança. 

 Títulos do Tesouro americano 

Treasury Bills: 

  • emitidas pelo Tesouro americano; 
  • títulos zero cupom; 
  • curto prazo, com vencimento inferior a um ano; 
  • investimento mínimo de $ 10.000,00; e 
  • ofertada em múltiplos de $ 5.000,00 a partir do investimento mínimo. 

Treasury Notes: 

  • Emitidas pelo Tesouro americano; 
  • Vencimento entre 1 e 10 anos; 
  • Juros prefixados; 
  • Variações:   
  • Competitive bid: investidores especificam quanto querem de juros, com o risco de a proposta não ser aprovada; 
  • Noncompetitive bid: investidores aceitam a taxa que for definida em leilão. 
  • Pagam cupons a cada 6 meses; 
  • Mercado secundário de alta liquidez; e 
  • Incidência de taxas federais. 

Treasury Bonds: 

  • emitidas pelo Tesouro americano; 
  • vencimento entre 10 e 30 anos; 
  • juros prefixados; 
  • preço e juros definidos em leilão; 
  • pagam cupons semestrais; 
  • mercado secundário de alta liquidez; 
  • incidência de taxas federais; e 
  • manutenção mínima de 45 dias antes da possibilidade de venda no mercado secundário. 

 

 STRIPS: 

  • títulos do Tesouro divididos em títulos individuais de cupons (C-STRIPS) e de principal (P-STRIPS); 
  • são negociados de forma independente. 

TIPS: 

  • indexados à inflação; 
  • pagam cupons a cada seis meses; 
  • a taxa dos cupons é fixa, mas incide sobre o principal, que é variável e corrigido pela inflação; 
  • o principal pago é o valor que for maior entre o ajustado pela inflação e o original; 
  • menor desconto em virtude do menor risco; 
  • indicado para quem busca proteção contra a inflação; 
  • não indicado para quem busca altos ganhos; e 
  • a taxação ocorre em cima das variações do principal, antes mesmo do vencimento, sendo que as quedas do principal em virtude de deflação podem ser usadas para compensar as taxas cobradas nos casos de alta. 

Outros títulos 

O mercado norte-americano de títulos municipais (Municipal Bonds) 

Em síntese, um título municipal é um título de dívida emitido por um estado, município ou condado (subdivisão de um estado nos EUA) para financiar os gastos de capital. É incluída nesses gastos a construção de rodovias, pontes ou escolas. Eles também podem ser definidos como empréstimos que os investidores concedem aos governos locais. Os títulos podem ser emitidos ainda por empresas do setor privado que necessitam de empréstimo para a realização de projetos no setor público. Esses títulos também podem ser chamados de “muni bonds” ou apenas “muni”. 

Esses títulos pagam juros aos investidores, o que geralmente ocorre duas vezes por ano, além do principal na data de vencimento, que é de um a três anos para títulos de curto prazo e de 10 anos ou mais para títulos de longo prazo. A indicação desse tipo de títulos é direcionada para aqueles investidores que precisam de um fluxo de receita que seja isento de impostos. 

Vantagens: 

  • taxas de juros maiores em virtude do maior risco; e 
  • isenção de impostos. 

 

Dois tipos 

General Obligation (GO) Bond: 

  • títulos que possuem a garantia de pagamento tendo impostos como fonte, sendo que o pagamento deve ocorrer mesmo que haja necessidade de aumentar taxas sobre propriedade imobiliária; 
  • deve haver aprovação dos eleitores para sua emissão; e 
  • pagam cupons semestrais. 

Revenue bonds: 

  • emitidos com a intenção de financiar obras e outros projetos; 
  • os pagamentos aos investidores têm como fonte única de recursos a receita gerada pelo projeto financiado; 
  • podem ser emitidos pelo município, estado, órgãos públicos ou instituições privadas que estejam envolvidas em algum projeto público e necessitem de recursos para a sua execução; e 
  • caso a fonte dos recursos seque, o estado não tem obrigação de cobrir os pagamentos dos títulos. 

Demais opções e suas características 

Demand deposits 

São depósitos bancários que oferecem juros, sendo financiados por bancos comerciais e instituições de poupança e empréstimo. Normalmente, essas contas são garantidas por agências do governo. Além disso, a taxa de juros varia de acordo com as condições do mercado, e os investidores podem retirar fundos a qualquer momento. 

Commercial paper: 

  • sem garantia; 
  • de curto prazo; 
  • prazos de vencimento inferiores a 270 dias; 
  • emitido por empresas, geralmente com o objetivo de financiar contas a receber, estoques, assim como para atender aos passivos de curto prazo; 
  • por não ser garantido, apenas empresas com ratings de dívida de alta qualidade encontram compradores sem a necessidade de oferecer um desconto substancial no papel; 

 

 

  • não precisa ser registrado na Securities and Exchange Commission (SEC):   
  • torna-se um meio de financiamento muito eficaz em termos de custo; 
  • recursos desse tipo de financiamento só podem ser usados em ativos correntes (ou estoques), e não em ativos fixos (como, por exemplo, uma nova fábrica) sem envolvimento da SEC. 
  • por não ser garantido, apenas empresas com ratings de dívida de alta qualidade encontram compradores sem a necessidade de oferecer um desconto substancial no papel. 

Medium-Term Notes (MTN): 

  • Títulos que maturam geralmente entre cinco e 10 anos; 
  • Taxas de cupom geralmente maiores que as presentes em títulos de curto prazo; e 
  • O emissor pode oferecer essas notas com ou sem call option. Ainda que a presença de call options exija juros mais altos, essa alternativa permite que o negócio se beneficie de períodos de taxas mais baixas, encerrando os títulos antigos e emitindo novos a taxas mais baixas. 

Certificate of Deposit (CD): 

  • depósitos a prazo em instituições financeiras; 
  • data de vencimento e juros fixos especificados; 
  • restringe o saque por parte do investidor por um tempo, e a ideia é que ele abra mão de utilizar seus recursos imediatamente e seja remunerado por isso; 
  • o resgate antecipado incorre em penalidades, equivalente a um montante de juros; e 
  • são segurados em até $ 250.000,00 por investidor. 

Banker’s Acceptance: 

  • Curto prazo; 
  • Comparável a um cheque pós-datado, exceto pelo fato de que a contraparte garantidora responsável pelo depósito é o banco, e não uma conta corrente; 
  • Utilizada em transações internacionais, principalmente por importadores e exportadores; 
  • Aumenta a confiabilidade da transação; 
  • Em razão de o banco ser uma contraparte mais confiável, a empresa realiza o pagamento usando Banker’s Acceptance, e o receptor do título tem grande segurança de que será pago; 
  • Como o ativo pode ser negociado em mercado secundário, também é utilizado como forma de investimento, sendo comprado e vendido para lucrar com a variação de preço do ativo marcado a mercado ou levado até o vencimento para receber o valor de face. 

 

4 Resumo CGA: Avaliação de Desempenho 

Retorno com e sem Fluxos Externos 

Na perspectiva do patrocinador do fundo. A avaliação de desempenho melhora a eficácia da política de investimentos de um fundo, atuando como mecanismo de feedback e controle. Ele provavelmente fará o seguinte: 

  • Mostra onde a política e a alocação são efetivas e onde não é. 
  • Administra o gerenciamento em áreas de valor adicionado e perdido. 
  • Quantifica os resultados da gestão ativa e outras decisões políticas de alocação. 
  • Indica onde outras estratégias adicionais podem ser aplicadas com sucesso. 
  • Fornece comentários sobre a aplicação consistente das políticas estabelecidas no IPS. 

 

Formas de cálculo do retorno 

  • Sem fluxo externo:   
  • Basta realizar a divisão do valor final pelo valor inicial do período e subtrair por 1:  (Valor final / Valor inicial) – 1 
  • Ex:   
  • Valor final = 75; Valor inicial = 50 
  • Retorno = 75/50 – 1 = 1,5 – 1 = 0,5 = 50% 
  • Com fluxo externo   
  • No início do período: 

 

  • Em que:   
  • MV1 = mensuração de valor no período 1; 
  • MV0 = mensuração de valor no período zero; e 
  • CF = fluxo de caixa. 

 

  • No final do período: 

 

 

Componentes do retorno 

Um retorno de carteira pode ser dividido em três componentes: mercado, estilo e gestão ativa. 

P = M + S + A 

Em que: 

  • P = retorno da carteira do gestor de investimentos; 
  • M = retorno no índice de mercado; 
  • S = B – M = excesso de retorno ao estilo; diferença entre o retorno do índice de estilo do gestor (benchmark) e o retorno do mercado (S pode ser positivo ou negativo); e 
  • A = P – B = retorno ativo; diferença entre o retorno geral da carteira do gestor e o retorno do benchmark de estilo. 

Critérios para seleção de um benchmark válido na avaliação de desempenho 

Para avaliar efetivamente o desempenho, um benchmark válido deve possuir algumas características, dentre as quais há sete principais, que devem alinhar o estilo e o risco do benchmark com o gestor de forma a fornecer um objetivo de gestão apropriada. O benchmark deve ser: 

  • Especificado com antecedência: o benchmark é especificado no início do período da avaliação, sendo conhecido pelo gestor de investimentos e pelo patrocinador do fundo; 
  • Consistente com a abordagem e estilo de investimento do gestor; 
  • Mensurável: seu valor e retorno podem ser determinados em uma base razoavelmente frequente; 
  • Inequívoco: identidades bem definidas e pesos de títulos que constituem a referência; 
  • Independente das opiniões atuais de investimento do gestor; 
  • Responsável: o gestor deve aceitar a aplicabilidade do benchmark e aceitar as diferenças de desempenho entre a carteira e o benchmark como de responsabilidade de sua gestão ativa; e 
  • Investimento possível: deve ser possível replicar o benchmark, sendo desnecessário utilizar uma gestão ativa. 

Diferentes formas de benchmarks  

Absoluto 

Existe um ponto de referência absoluto, ou seja, pretende-se exceder um retorno mínimo. 

  • Vantagem: referência simples e direta; 
  • Desvantagem: um benchmark de retorno absoluto não pode ser facilmente replicado. 

  

Índices de mercado amplos 

Existem vários índices de mercado bem conhecidos que são usados como benchmarks, por exemplo, o Ibovespa para ações. 

  • Vantagens:   
  • bem reconhecido, fácil de entender e amplamente disponível; 
  • sem ambiguidade, reflete um investimento possível e é mensurável, podendo ser especificado com antecedência; e 
  • sua utilização é apropriada caso reflita a abordagem do gestor. 

 

  • Desvantagem:   
  • o estilo do gestor pode desviar-se do estilo refletido no índice. Por exemplo, não é apropriado usar o Ibovespa no caso de um gestor de fundos de ações de small-caps. 

  

Índices de estilo 

Os índices de estilo de investimento representam partes específicas de uma categoria de ativos. Quatro bem conhecidos índices de ações são (1) empresas de crescimento de grande capitalização, (2) grande valor de mercado e (3) small-caps de rápido crescimento. 

  • Vantagem:   
  • amplamente disponível, compreendido e aceito; 
  • se o índice refletir o estilo do gestor, será um benchmark apropriado. 
  • Desvantagem:   
  • alguns índices de estilo podem conter ponderações em certos títulos e setores que podem ser maiores se considerados prudentes; 
  • diferentes definições de estilo de investimento podem produzir retornos de benchmark bastante diferentes. 

Nesses casos, não são considerados benchmarks adequados. 

Baseado em modelo de fator 

Os modelos de fatores envolvem a relação de um conjunto específico de exposições de fatores aos retornos de uma conta. Um modelo de fator que é bem conhecido é o modelo de mercado no qual o retorno de uma carteira é expresso como uma função linear do retorno sobre um índice de mercado. Nesse sentido, uma equação do modelo fatorial generalizado seria: 

 

Em que: 

  • Rp= retorno periódico total; 
  • αp = termo “fator zero”, representando o valor esperado de Rp quando todos os outros fatores forem zero; 
  • Fi = fatores que têm um efeito sistemático no desempenho do portfólio, i = 1 para K; 
  • bi = sensibilidade dos retornos da conta aos retornos gerados pelo fator Fi; e 
  • = termo de erro; retorno do portfólio não explicado pelo modelo de fator. 

Alguns exemplos de fatores são o índice de mercado, indústria, características de crescimento, o tamanho da companhia e a força financeira. 

 

Carteira de referência 

A carteira de referência (ou seja, o portfólio normal) é a carteira com exposições aos fatores de risco sistemáticos que são típicos para o gestor de investimentos. As carteiras passadas do gestor são usadas como um guia. 

  • Vantagem:   
  • é útil na avaliação de desempenho; e 
  • fornece aos gerentes e patrocinadores uma visão do estilo do gestor ao capturar as exposições de fatores que afetam o desempenho de uma conta. 
  • Desvantagens:   
  • concentrar-se nas exposições de fatores não é intuitivo para todos os gerentes ou patrocinadores; 
  • os dados e modelagem nem sempre estão disponíveis e podem ser caros; e 
  • pode ser ambígua porque diferentes modelos de fatores podem produzir diferentes resultados. 

Baseados em retorno 

Os benchmarks baseados em retorno são construídos usando o retorno da conta gerenciada ao longo de períodos especificados ou utilizando os retornos correspondentes em vários índices de estilo para os mesmos períodos. Essas séries de retorno são submetidas a um algoritmo de alocação, o qual resolve a combinação de índices de estilo de investimento que rastreiam os retornos da conta. 

  • Vantagens:   
  • geralmente a utilização é fácil e intuitiva; 
  • atende aos critérios de um benchmark válido; e 
  • útil quando a única informação disponível são os retornos da conta. 
  •  Desvantagens:   
  • os índices de estilo podem não refletir o que o gestor possui ou o que o gestor ou o cliente estariam dispostos a possuir; 
  • um número suficiente de retornos mensais seria necessário para estabelecer um padrão de exposição de estilo estatisticamente confiável; e 
  • não funcionará quando aplicado aos gerentes que modificam o estilo. 

  

Taxa de Retorno Ponderada pelo Tempo 

A taxa de retorno ponderada pelo tempo é aquela que divide o período de avaliação em diferentes subperíodos, a depender da entrada e saída de recursos, e os combina ao final para obter o retorno. O objetivo do método é anular o efeito das movimentações de aporte e resgate sobre o cálculo do retorno. Assim, o resultado é o retorno efetivamente alcançado pelo gestor, independente da magnitude em termos monetários das variações. O retorno final é dado pela multiplicação entre as taxas: 

retorno final (combinado) = ((1 + R1) * (1 + R2) * … * (1 +Rn)) – 1 

Onde n é o número de subperíodos. 

 

Taxa de Retorno Ponderada pelo Dinheiro 

A taxa de retorno ponderada pelo dinheiro é calculada de forma equivalente à TIR. Trata-se de uma taxa de desconto hipotética que, quando aplicada a um fluxo de caixa, faz com que os valores das despesas, trazidos ao valor presente, sejam iguais aos valores dos retornos dos investimentos, também trazidos ao valor presente. Seu cálculo é: 

 

Em que: 

  • MV1 = valor final da carteira; 
  • MV0 =valor inicial da carteira; 
  • R = Taxa Interna de Retorno (TIR); 
  • t= número de unidades de tempo no período de avaliação, por exemplo, número de dias no mês; 
  • CFi = fluxo de caixa i; e 
  • t(i) = número de unidades de tempo (dias, etc.) em que a entrada de caixa i está na carteira ou a saída de caixa não está presente no portfólio. 

  

Problemas relacionados: 

  • Quando as contas contêm ativos ilíquidos, estimativas ou suposições de aproximação devem, por vezes, ser usadas para calcular os retornos; 
  • Para muitos títulos de renda fixa pouco negociados, os preços atuais do mercado podem não estar disponíveis, e os preços estimados podem ser derivados de preços cotados pelos títulos com atributos semelhantes; 
  • Os títulos altamente ilíquidos podem ser contabilizados ao custo ou ao preço da última negociação e, portanto, não refletem o preço atual; ou 
  • As avaliações da conta devem incluir a contabilidade da data de negociação, incluindo juros e dividendos acumulados. 

Análise Macro 

  • A segunda fase da avaliação de desempenho é atribuição de desempenho. 
  • Três principais entradas para a abordagem de atribuição de macro: 
  1. Política de alocação: refere-se à escolha do patrocinador sobre as categorias de ativos a serem considerados, bem como seus pesos na carteira. Tem como base fatores como a tolerância ao risco do patrocinador, as expetativas de longo prazo, a existência de passivos a serem arcados com recursos do fundo, entre outros. 
  1. Retorno do benchmark do portfólio: neste ponto, avalia-se o retorno dos benchmarks adequados. O patrocinador pode utilizar índices amplos dos mercados, como o benchmark para as categorias de ativos selecionadas e índices mais específicos para os estilos de investimento individuais dos gestores. 
  1. Retorno de fundos, valuations e fluxos de caixa externos: retornos em termos percentuais são utilizados para avaliar os gestores individualmente e auxiliar na seleção desses profissionais por parte do patrocinador. Caso seja usado também o retorno em termos monetários, valuations e os fluxos de caixa externos precisam ser considerados para avaliar o impacto da tomada de decisão e política de investimentos do patrocinador. 

Processo de análise na macro atribuição 

O processo de análise consiste na atribuição das mudanças no valor de mercado do fundo a diferentes fatores. Nesse sentido, a análise passa por seis diferentes níveis para identificar as fontes de valorização e desvalorização. Os níveis são: 

  • contribuições líquidas; 
  • taxa livre de risco; 
  • categorias de ativos; 
  • benchmarks; 
  • gestores; e 
  • efeitos da alocação. 

Análise Micro 

A análise de desempenho a nível micro é aquela que parte do ponto de vista do gestor. Ela parte da segmentação do retorno adicional da gestão (diferença entre o retorno da carteira e o retorno do benchmark) em três diferentes componentes, que são: 

  • Alocação pura de setor: determina o retorno adicional gerado pela seleção de um setor; 
  • Seleção de ativos: determina o retorno gerado pela escolha de ativos específicos por parte do gestor. São os casos em que o gestor enxerga boas características específicas em uma determinada empresa. Não se espera necessariamente que o setor ao qual a empresa pertence tenha uma boa performance, mas sim que uma empresa individual a apresente. 
  • Interação entre alocação e seleção: o investimento em uma empresa selecionada aumenta, por consequência, a concentração dos recursos no setor ao qual ela pertence. O componente de interação determina o retorno conjunto gerado pela alocação de setores e pela seleção de ativos específicos. 

A utilização de modelos de fatores fundamentais na análise de micro atribuições 

  •  Para construir um modelo de fatores fundamentais adequado, os seguintes passos são necessários:  Após a construção do modelo, ele indicará a fonte dos retornos da carteira com base nas exposições do gestor comparadas às exposições do benchmark. Fatores adicionais podem ser utilizados para indicar, por exemplo, o uso de alavancagem, a seleção de pesos em uma estratégia de sector rotation, entre outros. A grande vantagem desse método é a possibilidade de segregar múltiplos fatores, que podem ir muito além de uma divisão entre escolha de setor e seleção de empresas. No entanto, também há desvantagens, cujas principais são:   
  • Identificar os fatores fundamentais que poderão gerar retornos sistemáticos; 
  • Determinar as exposições do portfólio e escolher o benchmark para os fatores fundamentais no início do período de medição do desempenho. O benchmark (ou a referência para medição) pode ser a exposição ao risco de um investimento em estilo ou de um índice personalizado, ou, ainda, um conjunto de exposições que são típicas da carteira do gestor; 
  • Determinar a exposição a cada fator causada pela gestão ativa. Trata-se da diferença entre a exposição vista no benchmark e a exposição escolhida pelo gestor; e 
  • Determinar o impacto da gestão ativa, ou seja, o valor adicional gerado pela exposição ativa do gestor (isto é, seus desvios do benchmark). 
  • As exposições aos fatores, que determinarão seus pesos no resultado, precisam ser definidas previamente, isto é, no início do período de medição; e 
  • Além de apresentar um desenvolvimento mais difícil, uma falta de cuidado na elaboração do modelo pode torná-lo desnecessariamente complexo, dificultando sua interpretação e tornando-o impreciso em razão da possível presença de correlações espúrias. 

Micro atribuições: analisa carteiras individuais em relação a pontos de referência designados. O retorno de valor agregado (o retorno da carteira menos o retorno de referência) pode ser dividido em três componentes: 

  • alocação de setor puro; 
  • interação e alocação; e 
  • seleção no setor. 

 

Em que: 

  • Rv = retorno de valor agregado; 
  • WP, j = peso de carteira do setor j; 
  • WB, j = peso de referência do setor j; 
  • RP, j = carteira de retorno do setor j; 
  • RB, j = retorno do valor de referência do setor j; 
  • RB = retorno da carteira de referência; e 
  • S = número de setores.  

Atribuição de Desempenho em Renda Fixa 

O desempenho de uma carteira é influenciado por dois fatores: 

  • alterações na taxa de juros; e 
  • gestão ativa do gerente. 

A análise de atribuição na renda fixa acontece através de simulações baseadas em alterações na curva de juros – sem considerar gestão ativa – , e em simulações que medem a gestão ativa nos seguintes aspectos: 

1°: Efeitos da gestão de curva de juros:   

  • mede a habilidade do gestor de prever o comportamento da taxa de juros e ajustar, de forma antecipada, a duration e a convexidade de forma a potencializar os retornos e reduzir prejuízos. 

2°: Efeitos da gestão de setores e qualidade dos títulos:   

  • mede a habilidade do gestor de selecionar qualidades e setores que apresentam mudanças no spread em relação à taxa livre de risco, os quais beneficiem a carteira. 

3°: Efeitos da seleção de títulos:   

  • mede a habilidade do gestor no que se refere à seleção de ativos específicos; 
  • por exemplo, se um setor no qual o gestor aplicou recursos apresentou valorização em seus papéis devido a um estreitamento do spread, mas esses papéis que o gestor escolheu dentro desse setor em específico apresentaram um estreitamento maior que os do setor, significa que o gestor fez a escolha certa, sendo um efeito distinto da gestão de setores, pois houve um retorno excedente em relação ao setor. 

4°: Efeito trade:   

  • O efeito trade são aquelas variações no retorno que não são explicadas por nenhuma das atribuições anteriores. Geralmente trata-se de um residual gerado pelo ato de compra e venda dos títulos. 

 

 

Os pontos fortes e as limitações das atribuições modelo micro e fundamental fator são resumidas na tabela abaixo: 

 

Micro atribuição 

Atribuição do Modelo do Fator Fundamental 

Força 

Desagrega os efeitos de desempenho da decisão do gerente entre setores e valores mobiliários. Relativamente fácil de calcular. 

Identifica outros fatores além da seleção de segurança ou alocação do setor. 

Limitações 

A necessidade de identificar um benchmark apropriado com títulos e pesos específicos no início do período de avaliação. As decisões de seleção de segurança afetarão a ponderação do setor (alocação / seleção de interação). 

As exposições aos fatores precisam ser determinadas no início do período de avaliação. Pode revelar-se bastante complexo, levando a possíveis correlações espúrias.  

 

Avaliação de Desempenho 

A seguir, as principais métricas para avaliação de uma gestão ativa: 

  • O Índice de Treynor mensura o excesso de retorno de um ativo ou carteira em comparação a um ativo livre de risco descontando seu risco não diversificável, índice beta. 
  • O Índice de Treynor é calculado conforme a seguinte equação: Tp = (Ri – Rf)/βi 
  • O Índice de Treynor identifica a relação existente entre o risco e o retorno de um ativo, mostrando o quanto de retorno uma carteira obteve acima do ativo livre de risco. A ideia subjacente a esse indicador é que existe uma relação direta entre o retorno e o risco dos ativos. 
  • De acordo com o Índice de Treynor, se uma carteira obteve um retorno superior a uma carteira ou ativo em comparação ela deve apresentar risco mais elevado. 
  • O índice de Sharpe é definido pela seguinte equação IS = (Ri – Rf)/σi 
  • O índice de Sharpe identifica qual o retorno que o fundo teria se o seu risco fosse igual ao risco de mercado. Assim, ele não compara o retorno do ativo ou carteira em análise ao retorno de um ativo sem risco, mas a um ativo, carteira, de referência do mercado, como se ambos tivessem a mesma volatilidade. 
  • O índice de mercado é representado pela seguinte equação IM = (σm/σi)(Ri – Rf) + Rf 
  • O Tracking Error é dado pela seguinte equação TE = σ (Rfundo – Rbench). Quanto mais volátil for essa diferença maior será o TE. 

 

5 Resumo CGA: Gestão de Risco 

Gestão e tipos de riscos 

O processo de gestão de risco visa identificar e mensurar os riscos aos quais uma organização está exposta, a fim de geri-los e otimizar resultados. Esse processo envolve: 

  • definição de um método de gestão de risco; 
  • definição de tolerância ao risco, global e para cada setor; 
  • medição dos níveis atuais de exposição ao risco; e 
  • realização das operações necessárias para manter o nível ideal de risco. 

Uma governança de risco pode ser: 

  • Centralizada: uma única unidade da organização é responsável pela gestão de risco. Proporciona uma visão ampla da empresa como um todo e é mais eficiente em termos de custo; e 
  • Descentralizada: atribui responsabilidades a cada setor. Há maior familiaridade entre o profissional de gestão e as questões do setor. É menos eficiente em termos de custos. 

A governança deve: 

  • ser transparente; 
  • atribuir responsabilidades de forma clara; 
  • ser eficiente em termos de utilização de recursos; e 
  • atingir os objetivos desejados. 

Ao final do processo de gestão, os riscos são traduzidos em um risco geral, que pode ser gerido de forma integrada. A gestão integrada alinha a gestão de risco com os objetivos de risco de todos os níveis e setores da empresa. Nesse contexto, devem ser analisados os riscos internos e externos da empresa, considerando todos os benefícios de carregá-los, para verificar se estão alinhados com os objetivos globais da empresa. 

 

Risk budgeting (ou orçamento de risco) 

  • É o processo de determinar a quantidade de risco que cada setor da empresa, investimento ou gestor pode assumir, de forma a respeitar o risco global da empresa ou o orçamento de risco total; 
  • Trata-se de um processo análogo ao orçamento financeiro, mas, em vez de recursos, são distribuídos níveis de risco que podem ser assumidos. 

 

  • Ferramenta muito utilizada: Value at Risk (VaR):   
  • diversos VaRs são somados respeitando um valor limite de VaR total; 
  • o gestor deve estar atento à correlação entre os riscos, pois correlações menores que 1 geram um VaR total menor que o simples somatório dos VaRs. 

Riscos podem ser divididos em: 

  • Financeiros: aqueles que surgem a partir da exposição aos mercados financeiros. São exemplos:   
  • Risco de crédito: trata-se da incerteza sobre se a contraparte de uma transação cumprirá ou não suas obrigações contratuais; 
  • Risco de liquidez: trata-se do risco de haver poucos compradores para um ativo que se pretende vender – ou poucos vendedores no caso de uma venda a descoberto -, obrigando a empresa a vendê-lo por um preço às vezes consideravelmente mais baixo caso haja necessidade de sair do investimento no curto prazo; 
  • Risco de mercado: trata-se da incerteza sobre o comportamento futuro dos preços de mercado dos ativos – ações, commodities e moedas – e das taxas de juros. 
  • Não financeiros: surgem a partir das operações da organização e de fontes externas. Como exemplos, podemos citar:   
  • Risco operacional: é o risco de erro humano, como defeitos nos processos organizacionais ou de execução, que pode resultar em perdas; 
  • Risco de solvência: é o risco da organização de se tornar incapaz de continuar operando por falta de dinheiro; 
  • Risco regulatório: é o risco de mudanças no ambiente regulatório, impondo custos adicionais sobre a empresa ou restrições sobre suas atividades; 
  • Risco político: é o risco de ações políticas fora de um quadro regulamentar específico, tais como aumentos nas taxas de imposto ou criação de restrições, que podem impor custos significativos a uma organização; 
  • Risco legal: é a incerteza sobre a exposição da organização a futuras ações judiciais; 
  • Risco de modelagem: é o risco de que as avaliações de ativos baseadas em modelos analíticos da organização estejam incorretas; 
  • Risco soberano: é o risco relacionado com o cumprimento de obrigações por parte de governos estrangeiros; 

 

  • Risco de cauda: é o risco de que eventos extremos – aqueles apenas previstos na cauda da distribuição de resultados – sejam mais prováveis do que indica a análise da organização, especialmente o risco de inclusão incorreta no que se refere à distribuição dos resultados; e 
  • Risco de contabilidade: é o risco de que as políticas contabilísticas e estimativas da organização estejam contabilizadas incorretamente. 

Interações entre os riscos devem ser consideradas, pois são frequentes. Além disso, elas podem ser especialmente importantes durante os períodos de estresse nos mercados financeiros, quando a gestão de riscos é mais importante para a saúde e, possivelmente, para a sobrevivência da organização. Dessa forma, é importante lembrar que: 

  • O Stress Test é utilizado justamente nesses momentos de elevada incerteza, em que as correlações entre os ativos aumentam, gerando grandes perdas; 
  • O Backtesting consiste em testar o comportamento de uma estratégia de comercialização de ações através da simulação com dados históricos, isto é, verifica-se o comportamento que a estratégia teria caso tivesse sido elaborada em um período passado e mantida durante determinado intervalo de tempo; e 
  • A grande vantagem do Backtesting é que ele revela em que situação a estratégia adotada é vencedora. 

Medidas de risco na avaliação 

  • Value at Risk (VaR): técnica estatística que reduz o risco de uma carteira de investimentos em um único número e identifica a maior perda esperada em um dado horizonte de tempo para um intervalo de confiança. 
  • Duration: utilizada para títulos de renda fixa, indica o prazo médio de recebimento dos fluxos de caixa e principal do ativo. Uma duration maior, tudo o mais constante, indica uma maior sensibilidade do preço do título a variações da taxa de juros. 
  • Beta: métrica de sensibilidade de um ativo aos movimentos do mercado. Mede apenas o risco sistemático. Quando o beta é maior que 1, significa alta sensibilidade; um beta próximo de 1 significa movimentos que acompanham o índice de mercado; já um beta menor que 1 significa uma menor sensibilidade. 
  • Volatilidade: medida estatística da dispersão dos retornos. A volatilidade pode ser medida usando o desvio-padrão ou a variância dos retornos. 

 

 

Modalidades de VaR 

  • Analítico ou paramétrico: considera que a rentabilidade apresenta distribuição normal. Ele é calculado com base em dados de rentabilidade esperada e de risco histórico:   
  • As vantagens do método analítico incluem:   
  • cálculo simples e facilmente entendido como um único número; 
  • permite modelar as correlações de riscos; 
  • pode ser aplicado a períodos curtos ou longos, conforme relevante. 
  • As desvantagens do método analítico estão relacionadas com a hipótese de distribuição normal de retornos:   
  • Alguns ativos têm retornos assimétricos. A compra de opções possui uma assimetria positiva, com pequenas perdas frequentes (perder o prêmio pago) e grandes ganhos ocasionais se a opção se mover profundamente in-the-money. Posições vendidas em opções terão o payoff oposto e assimetria negativa; 
  • Muitos ativos apresentam um grande número de retornos extremos que não são consistentes com a distribuição normal. Isso é denominado leptocurtose (caudas grossas) e significa que o VaR tenderá a subestimar a frequência e o tamanho das perdas em relação à curva normal. 
  • Histórico: utiliza os retornos históricos para identificar os retornos mais baixos e sua probabilidade de ocorrência. Ex.: VaR diário de 5%: acumular um número de retornos diários anteriores, classificar os retornos do mais alto para o mais baixo e identificar 5% dos retornos mais baixos. Desses 5% menores de retornos, o maior é o VaR de 5% em 1 dia. 
  • As vantagens do método histórico incluem:   
  • cálculo fácil e compreensível; 
  • não assume uma distribuição de retornos; 
  • pode ser aplicado a diferentes períodos de acordo com os costumes da indústria. 
  • A principal desvantagem do método histórico é a suposição de que o padrão dos retornos se repetirá no futuro, o que se torna particularmente problemático quanto mais o gestor mexe em suas posições de investimento. 
  • Monte Carlo: usa um programa de computador para gerar milhares de retornos possíveis de uma distribuição de inputs especificados pelo usuário. O programa simula diversos retornos possíveis dessa carteira teórica, o que nos permite ranquear estes retornos de menor para maior e determinar os 1%, 2% ou 5% retornos mais baixos da distribuição de retornos, da mesma maneira que calculamos o VaR Histórico.  

 

  • As vantagens de sua aplicação no VaR são:   
  • permite maior complexidade; e 
  • aceita quaisquer dados e premissas. 
  • Suas desvantagens estão intimamente ligadas às suas vantagens. Com o aumento da complexidade, o analista:   
  • precisa de um grande número de informações; 
  • pode ter uma falsa confiança e sensação irreal de controle; 
  • poderá criar um modelo em que a qualidade do resultado é ruim, pois este depende da qualidade de inputs. Quanto maior a quantidade de inputs, mais difícil é saber se são adequados ao modelo (quantidade em detrimento da qualidade). 

VaR de uma carteira com 2 ativos 

 

Em que VaRp é o VaR da carteira, VaR1 e VaR2 são, respectivamente, o VaR total do ativo 1 e o VaR total do ativo 2 na carteira, e ρ representa a correlação entre esses ativos. Para uma melhor compreensão do cálculo, acompanhe o exemplo abaixo. 

Backtesting 

Método de avaliação de estratégias e modelos matemáticos através de dados históricos. A ideia central é verificar quais teriam sido os resultados caso a estratégia ou modelo tivesse sido utilizado no passado, a fim de se ter uma estimativa de como ele pode vir a se comportar caso seja posto em prática no presente. Na gestão de risco, o backtest é muito utilizado para avaliar a precisão de um VaR. 

Backtest na avaliação do VaR 

O backtest é feito com base nas estratégias de investimentos atuais da empresa. Assim, são coletados os retornos que a estratégia teria obtido no passado, e então se avalia se a perda observada em um período ocorre na mesma magnitude e com uma frequência próxima daquela que o VaR prevê. 

Uma desvantagem do backtest é sua dependência em relação à amostra dos retornos/perdas utilizada. Uma amostra insuficiente ou inadequada tornará o próprio resultado do backtest impreciso e incapaz de fazer uma avaliação correta do VaR estimado. 

 

Possíveis motivos para um backtest acusar imprecisão do VaR 

  • Problemas com a distribuição de retornos:   
  • a distribuição de retorno da amostra pode não se encaixar com a distribuição assumida pela metodologia de VaR utilizada, e, quando isso ocorre, uma saída é buscar uma metodologia para o cálculo do VaR que não faça esta assunção. 
  • Falha nas entradas de risco:   
  • é possível que os riscos aos quais a carteira está exposta não tenham sido corretamente especificados na estimativa do VaR, ou que as métricas escolhidas para medição não representem bem esses riscos, de modo que é necessário realizar uma nova avaliação, incluindo os riscos corretos e suas correlações no modelo. 
  • Problemas na amostragem:   
  • a amostra utilizada pode não ser a mais ideal ou pode incluir dados que são irrelevantes para a avaliação de risco; 
  • um exemplo seria a inclusão de perdas devido a taxas e tributos, que são gastos previsíveis e não representam uma forma de risco, devendo ser desconsiderados. 

Risco de crédito 

O risco de crédito está presente nas negociações em que há uma probabilidade de a contraparte não honrar seus pagamentos. O nível desse risco pode variar, sendo mínimo para trocas comerciais quando uma câmara de liquidação assume responsabilidade pela transação, por exemplo, sendo mais elevado em negociações de balcão. Esses riscos podem ser classificados em: 

  • Risco imediato: também chamado de risco de salto para inadimplência, é o valor do pagamento atualmente devido; 
  • Risco potencial: está associado aos pagamentos devidos no futuro. 

Métodos de gestão de risco de crédito 

  • Derivativos de crédito:   
  • Total Return Swap: troca o retorno do título que possui pelo retorno total de outro instrumento variável, como o Ibovespa ou o câmbio. Como todo o retorno do título é transferido para um terceiro, o risco também é transferido. 
  • Credit Default Swap: espécie de seguro contratado pelo investidor contra eventos adversos, como a inadimplência da contraparte. Um prêmio é pago regularmente ao segurador, e, caso o evento ocorra, o investidor recebe o valor que estava sendo protegido. 
  • Credit Spread Forward: se o investidor acreditar que a qualidade do título de uma empresa está injustamente precificada, ele poderá apostar que o spread da taxa do título com a taxa livre de risco cairá após determinado período, por isso, ele compra o derivativo. Se isso se concretizar, o vendedor do derivativo paga essa diferença de preço ao comprador. 
  • Credit Spread Option: é uma opção que se baseia no spread de dois títulos para o exercício. Caso o spread atinja o strike, o titular da opção a exerce e recebe um pagamento. Esse payoff pode compensar a queda de preço de um título e, portanto, reduzir o risco de crédito ao qual o comprador está exposto. 
  • Limitação da exposição, Marcação a Mercado (MaM), garantia (collateral) e netting:   
  • A limitação da exposição: limitar a concentração de exposição a um devedor individual. Diversificar os agentes devedores é uma forma de reduzir o risco de crédito. 
  • Marcação a mercado: é a transferência da diferença entre o agente positivo e o negativo até o vencimento, realizada com uma determinada periodicidade. Pode ser feito através de uma margem depositada. 
  • Garantia (collateral): é a utilização de garantias para prevenir o não pagamento e cobrir possíveis perdas. Podem ser usados, por exemplo, títulos, ativos da empresa ou depósito de margem no caso das operações com derivativos. 
  • Payment netting: agrupamento de fluxos de caixa. Quando duas partes devem trocar múltiplos fluxos de caixa em razão de algum negócio ou operação financeira, como o uso de algum derivativo, por exemplo, há um risco associado a esses pagamentos, chamado de risco de fluxo de caixa. Esse método agrupa os fluxos, e o devedor paga apenas a diferença. 
  • Close-out netting (ou compensação de encerramento): trata-se de uma cláusula contratual para situações de encerramento de atividades, como nos casos de falência. Quando esse evento ocorre, tudo o que é devido entre duas partes de um contrato, podendo ser inclusive a marcação a mercado de uma operação não encerrada, é reunido em um único pagamento da diferença, de modo que a companhia credora possa receber seu valor de direito sem a necessidade de aguardar os resultados do processo de falência, que pode durar anos e resultar no recebimento de uma quantia menor. 

 

Risco de default 

O risco de default é o risco de calote. Ou seja, trata-se do risco de que a parte credora de um contrato não receba o que lhe é de direito da parte devedora. 

Cálculo da perda esperada em um default: 

Perda dado um default = 1 – taxa de recuperação 

 

Tendo a perda de um default, podemos realizar o cálculo da perda esperada multiplicando a probabilidade de ocorrência do default pela taxa de perda: 

Perda esperada = P (default) * perda dado um default 

 

Risco operacional 

O risco operacional é uma perda devido à falha nos sistemas e processos internos da empresa, a qual está relacionada com eventos externos e fora de seu controle. Não está associado a fatores financeiros. Exemplos e soluções para riscos operacionais incluem: 

  • Falhas nos sistemas eletrônicos: podem ser mitigadas com sistemas e procedimentos de backup; 
  • Falhas humanas: podem ser reduzidas por meio do desenvolvimento de procedimentos para monitorar as atividades; e 
  • Terrorismo ou eventos meteorológicos: podem ser mitigados através da contratação de seguros disponíveis. 

Stress Testing e análise de cenários 

O Stress Test é utilizado nos momentos de elevada incerteza, em que as correlações entre os ativos se elevam, ocorrendo grandes perdas. Preenche uma lacuna deixada pela falta de efetividade do VaR nessas ocasiões. Ele consiste na simulação de diferentes cenários, considerando situações de crise em que se verifica a presença de correlação elevada entre os retornos dos ativos. Desse modo, a pior perda observada será o valor do Stress Test. 

As três formas de stress-testing models são: 

  • Factor push analysis: usado para medir os efeitos de um ou mais fatores levados ao extremo; 
  • Worst-case scenario: usado para medir os efeitos quando todos os fatores se alinham de modo a formar o pior cenário possível; e 
  • Maximum loss optimization: usa métodos matemáticos para identificar os fatores capazes de causar as maiores perdas. 

Quanto ao Reverse Stress Testing, é similar ao tradicional, mas, em vez de encontrar as perdas associadas a determinados cenários extremos, identifica os cenários extremos relacionados com determinadas perdas. 

 

6 Resumo CGA: Legislação e Regulação 

Resumo — Legislação e regulação 

Nesta seção, os principais aspectos e conceitos introduzidos ao longo do nosso estudo serão apresentados: 

  • Investidores qualificados: a Instrução CVM nº 554/2014 define como investidores qualificados as pessoas físicas e jurídicas com aplicações financeiras superiores a um milhão de reais e que se identificam (por escrito) como alguém que exerce essa função; 
  • São designados como investidores qualificados:    
  • investidores profissionais;  
  • agentes autônomos de investimento, analistas e consultores de valores mobiliários;  
  • administradores de carteira e clubes de investimento com carteira gerida por cotistas que são investidores qualificados. 
  • Investidores profissionais: são aqueles cujas somas de investimentos são elevadas (mais de 10 milhões) e que têm considerável conhecimento técnico e experiência na operação com valores mobiliários. Esse profissional pode realizar negócios mais arriscados devido a seu maior conhecimento; 
  • Investidores não residentes: são pessoas físicas e jurídicas, que não moram em território nacional e investem no Brasil. Essa categoria inclui os fundos e outras entidades de investimento coletivo; 
  • Cota: é a menor fração do patrimônio líquido do fundo, sendo sempre escritural e nominativa.  

Participantes 

No que se refere aos participantes dos fundos, podemos citar: 

  • Administrador: é o responsável legal pelo funcionamento do fundo; controla todos os prestadores de serviço e defende os interesses dos cotistas, além de ser responsável pela comunicação com estes; 
  • Custodiante: é o responsável pela “guarda” dos ativos do fundo, além de responder pelos dados e envio de informações dos fundos para os gestores e administradores; 
  • Distribuidor: é o responsável pela venda das cotas do fundo, podendo ser o próprio administrador ou terceiros contratados por ele; 
  • Gestor: é o responsável pela compra e venda dos ativos do fundo (gestão), segundo política de investimento estabelecida em regulamento. Quando há aplicação no fundo, cabe ao gestor comprar ativos para a carteira; já quando houver resgate, o gestor terá que vender ativos da carteira; 
  • Auditor independente: todo fundo deve contratar um auditor independente que audite as contas do fundo pelo menos uma vez por ano. 

Assembleia Geral Ordinária (AGO) x Assembleia Geral Extraordinária (AGE) 

Quanto às assembleias e à constituição dos fundos, podemos destacar: 

  • A Assembleia Geral Ordinária (AGO) deve ocorrer anualmente em até 120 dias do término do exercício social, a fim de deliberar sobre as demonstrações contábeis do fundo; 
  • A AGO somente poderá ser realizada em, no mínimo, 30 dias após estarem disponíveis aos cotistas as demonstrações contábeis auditadas relativas ao exercício encerrado. As demais assembleias são chamadas de Assembleia Geral Extraordinária (AGE); 
  • Segregação entre gestão de recursos próprios e de terceiros (Chinese Wall): as instituições financeiras devem ter suas atividades de administração de recursos próprios e recursos de terceiros (fundos de investimentos) totalmente separadas e independentes, de forma a prevenir potenciais conflitos de interesses; 
  • Um fundo de investimento pode ser equiparado a um condomínio, pois os cotistas possuem objetivos semelhantes e, além disso, condomínio é a base legal dos fundos de investimentos; 
  • A possibilidade de os cotistas se reunirem em grupos para realizar os investimentos representa a grande vantagem dos fundos, já que o investimento em conjunto amplia o leque de estratégias que podem ser adotadas, facilita a diversificação da carteira e reduz os custos incorridos por cada investidor; 
  • A cota de um fundo de investimento é a sua fração ideal, sendo definida de forma escritural e normativa, de modo que a cota representa a menor fração de um fundo. O valor da cota é definido por: Valor da cota = Patrimônio Líquido/número de cotas. 
  • Os cotistas de fundos de investimentos possuem os seguintes direitos:   
  • o gestor do fundo deve fornecer o regulamento e o prospecto para todos os cotistas, além de relatórios periódicos referentes às atividades do fundo; 
  • deve divulgar imediatamente, de forma adequada, qualquer informação que possa influenciar a decisão do cotista em permanecer no fundo, tais como mudanças nas regras de alavancagem, mudanças nas regras de operação com derivativos, entre outros. 

 

 

 

Fundos abertos 

Sobre os fundos abertos, podemos ressaltar: 

  • Pode haver resgate e saída a qualquer momento pelos cotistas; 
  • O número de cotas do fundo é variável: quando um cotista aplica, novas cotas são geradas, e o administrador compra ativos para o fundo; já quando um cotista resgata, suas cotas desaparecem, e o administrador é obrigado a vender ativos para pagar o resgate; 
  • É recomendado abrigar ativos com liquidez mais alta para pagar cotistas de saída. 

Fundos fechados 

É importante ressaltar as seguintes características dos fundos fechados: 

  • fundos fechados têm prazo de duração; 
  • a entrada e a saída de cotistas não são permitidas a qualquer momento; 
  • o cotista só pode resgatar suas cotas ao término do prazo de duração do fundo ou em virtude de sua eventual liquidação; 
  • há a possibilidade de resgate dessas cotas caso haja deliberação por parte da assembleia geral dos cotistas ou haja essa previsão no regulamento do fundo; 
  • o cotista pode vender suas cotas para outro investidor interessado em ingressar no fundo. 

Existem os seguintes tipos de fundos: 

  • Fundos restritos: são aqueles constituídos para receber investimentos de um grupo restrito de cotistas, normalmente os membros de uma única família ou empresas de um mesmo grupo econômico; 
  • Fundos exclusivos: são aqueles constituídos para receber aplicações exclusivamente de um único cotista. Somente investidores profissionais podem ser cotistas de fundos exclusivos. Além disso, a marcação a mercado é facultativa; 
  • Fundos de investimento com carência: trata-se do fundo com prazo de carência para resgate após o término da carência. Há incidência de cobrança de IOF à alíquota de 0,5% ao dia em caso de resgate antes do término da carência determinada no Formulário de Informações Complementares (FIC). 
  • Fundos de investimento sem carência: fundos com resgates a qualquer momento; 
  • Fundos passivos (fundo indexado): buscam acompanhar um determinado “benchmark”; por essa razão, seus gestores têm menos liberdade na seleção de ativos, como exemplo, há o fundo que segue o Ibovespa; 
  • Fundos ativos: o gestor fica “livre” para atuar, buscando obter o melhor desempenho através decisões de investimentos que julgue propícias para superar o “benchmark”; 
  • Fundo alavancado: é assim designado sempre que existir possibilidade de perda superior ao patrimônio do fundo, desconsiderando-se casos de default nos ativos do fundo; 
  • Fundos de renda fixa: o fundo classificado como “renda fixa” deve possuir, no mínimo, 80% da carteira em ativos relacionados diretamente (ou sintetizados via derivativos) ao fator de risco que dá nome à classe, expostos à variação da taxa de juros, ou a um índice de preços, ou a ambos. 
  • É vedada a cobrança de taxa de performance, salvo quando se tratar de fundo destinado a investidor qualificado. Ademais, a classe de fundos “renda fixa” poderá conter os seguintes complementos:    
  • curto prazo;  
  • longo prazo;  
  • referenciado;  
  • simples;  
  • dívida externa; e  
  • crédito privado. 
  • Fundos de renda fixa de longo prazo: o fundo que dispuser, em seu regulamento, que possui o compromisso de obter o tratamento fiscal destinado a fundos de longo prazo previsto na regulamentação fiscal vigente estará obrigado a incluir a expressão “longo prazo” na denominação do fundo; 
  • Fundos de renda fixa de curto prazo: são fundos que têm por objetivo proporcionar a menor volatilidade possível dentre os fundos disponíveis no mercado brasileiro; 
  • Fundos de renda fixa referenciados:   
  • o fundo classificado como “renda fixa” cuja política de investimento assegure que, no mínimo, 95% do seu patrimônio líquido esteja investido em ativos que acompanham, direta ou indiretamente, determinado índice de referência deve incluir, à sua denominação, o complemento “referenciado”, seguido da sua denominação; 

 

  • devem ter 80%, no mínimo, de seu patrimônio líquido representado por títulos da dívida pública federal ou por ativos financeiros de renda fixa considerados de baixo risco de crédito pelo gestor, inclusive cotas de fundos de índice que invistam nesses ativos; 
  • derivativos somente para proteção da carteira (hedge). 
  • Fundos de renda fixa simples: deverão incluir, à sua denominação, o complemento “simples” o fundo classificado como “renda fixa” que atenda às condições abaixo e tenha 95%, no mínimo, de seu patrimônio líquido representado, isolada ou cumulativamente, por:   
  • títulos da dívida pública federal; 
  • títulos de renda fixa de emissão ou coobrigação de instituições financeiras que possuam classificação de risco atribuída pelo gestor, no mínimo, equivalente àqueles atribuídos aos títulos da dívida pública federal; 
  • operações compromissadas lastreadas em títulos da dívida pública federal ou em títulos de responsabilidade, emissão ou coobrigação de instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, com algumas ressalvas. 
  • Realize operações com derivativos exclusivamente para fins de proteção da carteira (hedge); 
  • Seja constituído sob a forma de condomínio aberto; 
  • Preveja, em seu regulamento, que todos os documentos e informações a eles relacionados sejam disponibilizados aos cotistas preferencialmente por meios eletrônicos; 
  • Fundos de renda fixa de dívida externa: o fundo que tenha 80%, no mínimo, de seu patrimônio líquido representado por títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da União, deve incluir, à sua denominação, o sufixo “dívida externa”; 
  • Fundos de renda fixa de crédito privado: trata-se do fundo que realiza aplicações em títulos privados, ou de emissores públicos diferentes da União Federal que, em seu conjunto, excedam o percentual de 50% de seu patrimônio líquido, os quais devem incluir, à sua denominação, o complemento “crédito privado”; 
  • Fundo cambial: tem como principal fator de risco de carteira a variação de preços de moeda estrangeira ou a variação do cupom cambial; além, nesse fundo, minimamente 80% da carteira deve ser composta por ativos relacionados diretamente (ou sintetizados via derivativos) ao fator de risco que dá nome à classe, e a taxa de performance é permitida; 
  • Fundo de ações: investe minimamente 67% do seu patrimônio líquido em ações negociadas no mercado à vista de Bolsa de Valores, incluindo, também:    
  • BDRs;  
  • cotas de fundos de ações;   
  • bônus ou recibos de subscrição; e  
  • certificados de depósito de ações. 
  • A performance dos fundos de ações está sujeita à variação de preço dos ativos que compõem sua carteira; 

 

  • A classe de fundos de ações poderá conter os seguintes sufixos:    
  • mercado de acesso; e  
  • BDR – Nível 1. 
  • Fundo de ações do mercado de acesso:  devem utilizar, em seu nome, a designação “ações – mercado de acesso” os fundos de ações cuja política de investimento preveja que, no mínimo, 2/3 do seu patrimônio líquido seja investido em ações de companhias listadas em segmento de negociação de valores mobiliários, voltado ao mercado de acesso, instituído por bolsa de valores ou por entidade do mercado de balcão organizado, que assegure, por meio de vínculo contratual, práticas diferenciadas de governança corporativa; 
  • Fundo de ações — BDR nível I: caso a política de investimentos do fundo preveja aplicação em BDRs classificados como nível I, deve colocar o complemento “ações – BDR nível I”; 
  • Fundos multimercados: os fundos classificados como “multimercado” devem possuir políticas de investimento que envolvam vários fatores de risco, sem o compromisso de concentração em nenhum fator em especial ou em fatores diferentes das demais classes de fundos; 
  • Fundos multimercados também podem utilizar derivativos para alavancagem; podem, além disso, aplicar até 20% de seu patrimônio em ativos no exterior e cobrar taxa de performance. 

A classe de fundos multimercados poderá conter os seguintes sufixos: 

  • Fundos multimercados de longo prazo: o fundo que dispuser, em seu regulamento, que possui o compromisso de obter o tratamento fiscal destinado a fundos de longo prazo previsto na regulamentação fiscal vigente estará obrigado a incluir a expressão “longo prazo” na sua denominação; 
  • Fundos multimercados de crédito privado: o fundo que realizar aplicações de títulos privados ou de emissores públicos diferentes da União Federal, que, em seu conjunto, excedam o percentual de 50% de seu patrimônio líquido, deve incluir “crédito privado” à sua denominação. 

Outras categorias de fundos são: 

  • Fundos de índice (ETF): fundo de índice é um tipo de investimento universalmente conhecido como Exchange Traded Fund (ETF). Esse tipo de investimento tem como objetivo reproduzir a variação de rentabilidade de um índice do mercado acionário. 
  • Fundos de Investimento Imobiliário (FII): os Fundos de Investimento Imobiliário (FII) destinam-se ao desenvolvimento de empreendimentos imobiliários, apresentando as seguintes características:  
  • uma vez constituído e autorizado o funcionamento do fundo, admite-se que 25% de seu patrimônio, no máximo e temporariamente, seja investido em cotas de FI e/ou em títulos de renda fixa; 
  • a porcentagem mencionada anteriormente pode ser maior se expressamente autorizado pela CVM, mediante justificativa do administrador do fundo; 
  • é vedado ao fundo operar em mercados futuros ou de opções. 
  • Fundos off-shore: é considerado fundo off-shore aquele constituído fora do território brasileiro, mas que aplica em ativos dentro do Brasil; 
  • Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC E FIC-FIDC): são fundos constituídos por títulos de crédito originários de operações realizadas nas instituições financeiras, na indústria, arrendamento mercantil, hipotecas, prestação de serviços e outros títulos que possam ser admitidos como direito de crédito pela CVM, apresentando os seguintes aspectos:    
  • as operações de crédito originalmente feitas podem ser cedidas aos fundos que assumem esses direitos creditórios, o que permite aos bancos, por exemplo, que cedam (vendam) seus empréstimos aos FIDC, liberando espaço para novas operações e aumentando a liquidez do mercado; 
  • o FIDC deve ter, no mínimo, 50% de seu patrimônio em direitos creditórios; 
  • eles podem operar no mercado de derivativos (bolsas e balcão com sistema de registro) somente para proteger suas posições à vista; 
  • o valor mínimo para aplicação deve ser de R$ 25 mil; 
  • em caso de fundo aberto, ele será liquidado ou incorporado a outro se mantiver PL médio inferior a R$ 500 mil durante três meses consecutivos ou três meses após a autorização da CVM. 
  • Fundos de investimento de capital protegido: são fundos que têm como objetivo proteger o valor do capital investido pelos seus cotistas, proporcionando uma parcela da rentabilidade da bolsa, quando ela for positiva, ao final certo intervalo de tempo; 
  • Fundos de Investimento Imobiliário (FII): essa modalidade envolve a reunião de recursos destinados à realização de investimentos em ativos do mercado imobiliário. Os recursos desses fundos podem ser utilizados para a aquisição de imóveis rurais e urbanos, assim como títulos e valores mobiliários; 
  • Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC e FIDC-NP): esses fundos se caracterizam por aplicar parcela mínima de 50% do seu patrimônio líquido em direitos creditórios. Eles podem ser constituídos na forma de condomínio aberto ou fechado e obtêm recursos através da distribuição de cotas. 
  • Fundos de Investimento em Participações (FIP): trata-se de um conjunto de recursos voltados para a aplicação em companhias abertas, fechadas ou sociedades limitadas em fase de desenvolvimento. Compete ao administrador instituir o fundo e efetuar o processo de captação de recursos junto aos investidores, mediante a venda de cotas; 
  • O FIP é um investimento em renda variável organizado sob a forma de condomínio fechado, em que as cotas apenas são resgatadas ao término de sua duração ou quando a sua liquidação é deliberada em assembleia de cotistas; 
  • O fundo deverá participar do processo de decisão da companhia investida, com influência fundamentada na determinação de sua política estratégica e na sua gestão, notadamente através da indicação de membros do Conselho de Administração (BMF_amp_Bovespa, s.d.). 

Outros termos importantes no que se refere aos fundos de investimentos são: 

  • Prazo de cotização: é a quantidade de dias que o fundo demora para converter os aportes em cotas (prazo de cotização de aporte) ou para converter cotas em dinheiro (prazo de cotização de resgate), que geralmente é contada em dias úteis; 
  • Prazo de liquidação: é a quantidade de dias que o fundo demora, depois da cotização, para depositar o valor do resgate efetuado na conta corrente do cotista (geralmente é contado em dias corridos); 
  • Riscos dos ativos individuais vs. riscos da carteira: os ativos individuais tendem a apresentar risco maior que uma carteira de títulos, pois o risco da carteira é distribuído entre os cotistas e está associado à quantidade de títulos que possui em sua carteira e aos seus prazos de vencimento; 
  • Alavancagem: é uma estratégia utilizada para potencializar ganho, a qual consiste em assumir posições maiores que o patrimônio líquido do fundo, através da utilização de derivativos. Ainda que haja possibilidade de ganhos altos, é bastante arriscada, sendo possível que o investidor seja chamado para fazer aportes, devido ao patrimônio negativo; 
  • Taxa de administração: é o percentual pago pelos cotistas de um fundo para remunerar todos os prestadores de serviço, consistindo em uma taxa expressa ao ano, calculada e deduzida diariamente, cuja cobrança afeta o valor da cota; além disso, a rentabilidade divulgada pelos fundos de investimento é sempre líquida de taxa de administração; 
  • Taxa de performance: é o percentual cobrado do cotista quando a rentabilidade do fundo supera a de um indicador de referência; porém, nem todos os fundos cobram taxa de performance. Sua cobrança é realizada após a dedução de todas as despesas, inclusive da taxa de administração;  
  • Linha d’água: metodologia utilizada para cobrança de taxa de performance, a qual apresenta periodicidade semestral;  
  • Taxa de ingresso ou de saída: essas taxas não são tão comuns, mas também podem ser cobradas dependendo do fundo de investimento que for escolhido. Elas são cobradas na aquisição de cotas do fundo ou quando o investidor solicita o resgate de suas cotas; 
  • Carteira administrada: a administração de carteira de valores mobiliários consiste na gestão profissional de recursos ou valores mobiliários, sujeitos à fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e entregues ao administrador, com autorização para que este compre ou venda títulos e valores mobiliários por conta do investidor. De forma simplificada, nessa carteira, o investidor terceiriza o serviço de investir para um gestor; 
  • Gestão discricionária: permite delegar a gestão da totalidade ou de parte dos seus ativos a uma equipe profissional e experiente; 
  • Gestão não discricionária: mesmo que um fundo ou recursos de uma carteira seja administrado por terceiros, o investidor é o gestor desses recursos, tomando todas as decisões conforme sua vontade; 
  • Os interesses dos clientes devem ser colocados em primeiro lugar: os profissionais que trabalham no mercado financeiro devem colocar os interesses dos clientes em primeiro lugar, não devendo perseguir ganhos e interesses próprios em detrimento do interesse daqueles; 
  • Princípio de integridade: esse princípio determina que os profissionais do mercado financeiro devem fornecer serviços de forma íntegra. Como esses profissionais exercem função de confiança perante os clientes, devem agir de forma honesta e transparente; 
  • Princípio de objetividade: os profissionais que atuam no mercado financeiro devem agir de forma objetiva, perseguindo os interesses e objetivos dos clientes de forma isenta, clara, pragmática e transparente; 
  • Princípio de competência: esse princípio defende que os profissionais devem realizar ações que lhes possibilitem manter e aprimorar as competências, as habilidades e os conhecimentos precisos para o fornecimento de seus serviços; 
  • Princípio de confidencialidade: os profissionais também devem proteger as informações de seus clientes, não as divulgando para terceiros, salvo se necessário ou estabelecido por lei.  A sua atuação demanda que eles passem segurança para os clientes. 
  • Princípio da conduta profissional: os profissionais que atuam no mercado financeiro devem agir com postura profissional exemplar, atuando com dignidade e respeito aos clientes, em conformidade com as regulamentações. Eles também devem zelar e buscar aprimorar as empresas que representam. 
  • Princípio da probidade: esse princípio determina que os profissionais que atuam no mercado financeiro devem adotar uma postura justa e imparcial, tratando os outros com o mesmo tratamento que gostariam de receber. Eles devem agir com integridade, de modo a evitar e evidenciar a existência de conflitos de interesse; 
  • Princípio da diligência: os profissionais que atuam no mercado financeiro também devem fornecer serviços de forma diligente. Isto é, eles devem agir com zelo, presteza, dedicação, esmero, velocidade e de forma rigorosa, executando as suas atividades de acordo com os termos estabelecidos com o cliente; 
  • Fundos de curto prazo são fundos cujo prazo médio da carteira é igual ou inferior a 365 dias, em que:  
  • Fator gerador do imposto: resgate ou semestral; 
  • Semestre: último dia útil dos meses de maio e novembro; 
  • Responsável pelo recolhimento: administrador do fundo; 
  • Alíquota semestral: 20%; 
  • Alíquota no resgate: 22,5% → aplicações de até 180 dias e 20,0% → aplicações com prazo igual ou superior a 181 dias. 
  • Fundos de longo prazo são fundos cujo prazo médio da carteira é superior a 365 dias, em que:    
  • Fator gerador do imposto: resgate ou semestral; 
  • Semestre: último dia útil dos meses de maio e novembro; 
  • Responsável pelo recolhimento: administrador do fundo; 
  • Alíquota semestral: 15%. 
  • Considere as seguintes alíquotas para o resgate:    
  • 22,5% → aplicações de até 180 dias;  
  • 20,0% → aplicações de 181 a 360 dias;  
  • 17,5% → aplicações de 361 até 720 dias; e 
  • 15,0% → aplicações acima de 720 dias. 
  • Fundos de ações: são carteiras com, no mínimo, 67% aplicado no mercado de ações, em que:    
  • Fator gerador do imposto: resgate; 
  • Responsável pelo recolhimento: administrador do fundo; 
  • Alíquota única de 15% (resgate, pois não apresenta come-cotas).  
  • É importante ressaltar que, nos fundos de ações, não há recolhimento de imposto de renda e, semestralmente, ocorre somente no resgate. 
      

Referências da aula  

BOLSA DE VALORES. Fundos de Investimento em Participações. Disponível em: http://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/negociacao/renda-variavel/fundos-de-investimento-em-participacoes-fip.htm. Acesso em: 16 de jul. de 2020. 

COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM). Instrução CVM nº 554, de 17 de dezembro de 2014. Inclui, revoga e altera dispositivos na Instrução CVM nº 155, de 7 de agosto de 1991, na Instrução CVM nº 209, de 25 de março de 1994, na Instrução CVM nº 278, de 8 de maio de 1998 […]. Disponível em: http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/instrucoes/anexos/500/inst554.pdf. Acesso em: 16 de jul. de 2020.  

 

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