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Apostila CNPI - Conteúdo Técnico

Apostila CNPI - Conteúdo Técnico Pro Educacional

Apostila CNPI - Conteúdo Técnico

Resumo CNPI: Fundamentos da Análise Técnica 

FUNDAMENTOS DA ANÁLISE TÉCNICA. 

A análise técnica é um conjunto de métodos de avaliação de investimentos que se baseia na análise das séries de preços passadas para projetar o comportamento futuro desses preços. Ela objetiva identificar tendências e antecipar o comportamento do mercado, assim, orientando decisões de compra, venda ou, até mesmo, permanência neutra. 

Atenção para os conceitos de definição: 

  • É o estudo da ação do mercado, por meio de uso de gráfico, com objetivo de prever as tendências futuras de preços. 
  • Interpretação da ação do mercado para antecipar os movimentos futuros dos preços. 

  

1.1 PRINCIPAIS PREMISSAS 

Para que as oscilações de preços passadas possam orientar decisões futuras, é necessário seguir três premissas básicas: 

1 – O Preço desconta tudo: 

O motivo pelo qual o preço se movimenta podem ser os mais diversos e na maioria das vezes difícil de descobrir. Por esse motivo, entende-se que toda informação já está embutida no preço. Essa informação pode ser macroeconômica, fatos relevantes, conjuntura setorial e até mesmo balanços de empresas e fatores políticos. Na análise técnica, o importante é como os preços se movem, pois o principal estudo é saber quando comprar ou vender, sem precisar entender o motivo do movimento. 

Atenção: A análise técnica vai contra o conceito de mercado eficiente. A característica de mercado eficiente é que os preços sempre refletem todas as informações existentes. Nesse caso, não existem ações caras ou baratas, pois o mercado eficiente já precifica no valor justo. Seguindo essa hipótese, não seria possível atingir retornos acima da média no longo prazo, nem com análise técnica, tampouco com a análise fundamentalista. 

2 – O preço se move em tendência: 

O comportamento da massa dos investidores gera tendência, ou seja, o mercado não é aleatório e mostra situações de previsibilidade. O preço tende a refletir o pessimismo ou otimismo dos investidores. O objetivo de representar o movimento dos preços no gráfico é conseguir identificar tendências futuras em estágios iniciais e tirar proveito desse movimento para obtenção de lucro. Desta maneira, uma tendência ativa tem maior probabilidade de continuar do que de reverter. 

3 – A história se repete: 

Preços apresentam padrões que se repetem. O mercado se movimenta por percepção de uma massa de pessoas. O comportamento das pessoas também segue a lógica emocional e refletem variáveis psicológicas como medo e ganância.  Por meio do comportamento é possível identificar padrões que se repetem ao longo do tempo. A repetição desses padrões identificadas no gráfico, aumentam a previsibilidade do mercado. 

 

1.2 DIFERENÇAS ENTRE A ANÁLISE TÉCNICA E A ANÁLISE FUNDAMENTALISTA 

A forma e o momento em que se utiliza uma técnica de investimentos define o sucesso do investidor. Portanto, o analista deve saber as vantagens e desvantagens de cada técnica, assim como o uso mais apropriado de cada uma delas. Principalmente, é preciso destacar que há duas escolas principais de análise de investimentos: 

Análise fundamentalista  

Análise que utiliza modelos matemáticos que usam uma variedade de fatores como taxa de juros, projeções micro e macroeconômicas e balanços contábeis para projetar um preço justo para a ação. 

É indicada para investimentos em ações com horizontes de longo prazo. A escola fundamentalista observa a estrutura da empresa (fundamentos) e é mais adotada por bancos (credores de longo prazo), fundos de pensão e demais interessados no desempenho da empresa em períodos abrangentes: desempenho nos próximos semestres ou anos. 

Os analistas fundamentalistas se preocupam com o “porquê” do investimento no ativo, uma vez que avalia a qualidade do investimento realizado, como: capacidade de uma empresa honrar pagamentos, necessidade de caixa, capacidade de gerar lucro, entre outros fatores. Para isso, são observados e comparados os demonstrativos financeiros da empresa com os das demais empresas no mercado, os indicadores macroeconômicos e as expectativas de crescimento, aumentando assim a confiabilidade do investimento realizado. Observe que ela não garante o investimento, mas reduz a insegurança ao buscar identificar o “real valor de uma empresa”, chamado de valor intrínseco. A análise fundamentalista pressupõe que o valor de mercado da empresa (valor da empresa em ações) se projeta ao valor encontrado pela análise, mesmo que demore anos para isso. 

Desvantagens: 

  • Não levam em conta outros traders como uma variável, sendo que a expectativa das pessoas para o futuro é que fazem os preços subirem e não as notícias. 
  • Cria espaços vazios de realidade entre “o que deveria estar” e “o que está”. A análise pode estar correta, porém o movimento dos preços pode ser tão volátil que se torna difícil se manter na operação para realização do objetivo. 

  

Análise técnica  

A análise técnica observa o histórico de preços. Portanto, não é necessariamente adotada apenas para ações (como é o caso da fundamentalista). Assim, essa técnica pode ser aplicada aos demais ativos. Todavia, aplica-se a horizontes de curto prazo: dias e semanas. 

Esse tipo de análise não se preocupa com a qualidade do investimento realizado, mas sim com o momento do investimento. Portanto, ela ignora todos os demonstrativos financeiros e se preocupa com a identificação da melhor oportunidade para a venda ou compra. 

Desvantagens: 

  • Matérias bastante subjetivas, padrões gráficos não são claros a ponto que vários investidores concordem ao mesmo tempo com sua interpretação. 
  • Se baseia somente em preços passados. Ainda que seja interessante saber o histórico dos preços, somente este não nos diz o que vai acontecer. Destaca-se que não há garantia de que as figuras gráficas ou outros indicadores irão funcionar o tempo todo e repetir sempre. Há exceções e comportamentos anormais que poderão frustrar os grafistas. 

É possível perceber que as duas escolas não se opõem; ao invés, elas se complementam. Por exemplo, o investidor que busca longo prazo pode utilizar a análise fundamentalista para selecionar o ativo e a análise técnica para determinar o momento da compra. Ambas as abordagens têm o mesmo objetivo: maximizar os ganhos nos investimentos no mercado de capitais e minimizar as perdas. 

No entanto, essa análise em conjunto nem sempre é necessária, isso dependerá de: 

  • Horizonte de tempo: operações de compra e venda em períodos curtos de tempo (dias, semanas ou minutos) não necessitam de uma análise fundamentalista apurada; 
  • Ativo: a análise fundamentalista não pode ser aplicada a determinados ativos, como os derivativos de commodities agrícolas, ao contrário da análise técnica. E mesmo que seja uma ação, uma empresa em situação financeira ruim ainda pode oferecer ganhos em relação a oscilação de preços. 
  • Informações disponíveis: as informações utilizadas pela análise fundamentalista são disponibilizadas em intervalos longos de tempo (como demonstrações trimestrais); já os preços das ações e volumes são disponibilizados automaticamente. 

 

 

 

 

 

 

Tabela – Análise técnica vs. análise fundamentalista. 

Análise Técnica 

Análise Fundamentalista 

Faz análise do movimento de preço no gráfico. 

Analisa balanços, saúde e governança da empresa. 

Principais indicadores:  

Padrões gráficos e indicadores estatísticos. 

Principais indicadores:  

Receita, despesas, múltiplos e balanços. 

Indica quando comprar ou vender. 

Indica o que comprar ou vender. 

Indicada para curto prazo. 

Indicada para longo prazo. 

Informações de preços disponibilizada instantaneamente. 

Informações de balanços informadas trimestralmente. 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

  

1.3 TIPOS DE GRÁFICOS 

Gráficos nada mais são do que a expressão visual e valores numéricos de forma com que facilite a compreensão dos dados, tornando-se possível compreender as variações ocorridas nos preços. Há basicamente quatro formas de representar um gráfico de preço: Linhas, barras, Candlestick e Ponto e Figura. 

 

Gráfico de Linha: 

É a forma mais simples de apresentar um gráfico de preços. A linha representa o preço do fechamento do ativo. É um gráfico simples e de fácil visualização. Contém informações suficientes para identificação de alguns padrões.  

Figura – Gráfico de Linha. 

 

Fonte: br.tradingview.com. 

 

 

Gráfico de Barras: 

Existem outros preços importantes além do valor de fechamento. No gráfico de barras, podemos identificar valores de abertura, fechamento, máxima e mínima do período.  Os valores são representados ao longo de uma barra, sendo que abertura é indicada por um traço horizontal à esquerda, e o fechamento, um traço à direita. 

 

Figura – Barra dos Gráficos. 

 

Fonte: Elaboração própria. 

  

O gráfico de linha nos dá a informação sobre o fechamento do mercado e não a informação de movimentação do preço. Com mais informações disponíveis, como nos gráficos de barras, permitem análises mais sofisticadas sobre o comportamento de mercado. 

 

Figura – Gráfico de Barras. 

 

 

Fonte: br.tradingview.com. 

 

Gráfico de Candlestick: 

O mais utilizados por analistas técnicos. O candle é formado por um corpo e por sombras superiores e inferiores. Conseguimos identificar as mesmas informações  que o gráfico de barras, porém com uma melhor visualização. No gráfico de Candlestick a cor do corpo do candle nos permite identificar rapidamente a tendência altista ou baixista. 

As cores mais usadas são branco (vazado) ou verde para representar alta e preto (preenchido) ou vermelho para representar baixa. Um diferencial dos Candles é que possibilitam identificar uma série de padrões e formações que não encontramos no gráfico de barras. 

 

O espaço entre a abertura e o fechamento é chamado de corpo. Os traços superior e inferior são usualmente chamados de sombra ou pavio. A figura completa é chamada de candlestick. 

Figura – Gráfico de Candlestick. 

 

Fonte: br.tradingview.com. 

 

Ponto e Figura: 

Esse tipo de gráfico era usado pelos investidores americanos no século XIX. O objetivo era capturar e registrar o movimento intradiário no mercado de ações. 

A principal característica é que são registradas apenas as mudanças de preços. Sendo assim, é considerado um gráfico atemporal, pois não faz referência cronológica. 

O Ponto-Figura é pouquíssimo utilizado, porém alguns alistas ainda consideram sua utilização eficiente para movimentos de longo prazo. A vantagem é que a forma de construção inibe a representação de pequenas oscilações de curto prazo, conhecidas como “ruídos” de mercado. 

 

 

O gráfico é representado pelo “X”, que configura alta dos preços, e “O”, que representa as baixas. É marcado com um X quando o preço sobe mais do que o intervalo configurado. O intervalo configurado refere-se à altura do box (quadrado). 

Em caso de queda, marca-se um novo “O” quando o preço recuar mais do que o intervalo correspondente. Para ocorrer mudança de coluna, ou reversão, os preços devem obedecer a regras, como exemplo romper o intervalo de preços correspondente a três “boxes”. 

Note que em uma coluna com “X” não existe “O” e vice-versa, havendo sempre alternância entre as mesmas. 

 

Figura – Gráfico de Ponto e Figura. 

 

Fonte: br.tradingview.com. 

 

1.4 ESCALAS ARITMÉTICA E LOGARÍTMICA 

A escolha da escala define as proporções dos gráficos e alteram a forma como os movimentos do mercado são demonstrados. Há basicamente dois tipos de escalas para analisar o preço no gráfico: a aritmética e a logarítmica. 

 

Figura – Escala Aritmética. 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

 

Nesse gráfico, a distância entre as unidades são idênticas, são semelhantes a uma régua, pois os intervalos entre as medidas são iguais à unidade utilizada. Ou seja, a distância entre 2,00 e 4,00 é a mesma que entre 28,00 e 30,00. Essa escala nem sempre é útil, pois os ganhos auferidos com os investimentos se dão em percentual. Por exemplo, uma ação que valorizou de 2,00 para 4,00 teve ganho maior em porcentagem do que uma que valorizou de 28,00 para 30,00. Pois de 2,00 para 4,00 houve um ganho de 100%; e de 28,00 para 30,00 houve um ganho de 7,14%. 

 

 

Uma alternativa para essa problemática é a escala logarítmica: 

Figura – Escala Logarítmica. 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

 

A distância entre os pontos nessa escala se dá em percentual. Ou seja, a distância de 2 a 4 (100%) será a mesma que a distância entre 8 e 16 (100%), e assim por diante. Portanto, essa escala permite a comparação entre rentabilidades ou perdas. Observe, por exemplo, dois gráficos distintos para o mesmo ativo e para o mesmo período: 

 

 

Figura – Gráficos em diferentes escalas para um mesmo ativo. 

 

Fonte: Elaborados pelo autor. 

  

Os gráficos são, respectivamente, logarítmico e aritmético. É perceptível que o gráfico aritmético superestima os ganhos realizados. Além disso, à medida que são acrescentados valores no eixo vertical, a perspectiva de análise do gráfico muda. 

O analista técnico deve atentar às variações ocorridas nos ativos. Caso elas sejam exponenciais, é recomendável utilizar a escala logarítmica, que realça esses comportamentos. Além disso, é importante ressaltar que essa escala tende a dar menos ênfase aos eventos atípicos e realça mais as tendências de longo prazo. 

  

 

1.4 PERÍODOS GRÁFICOS 

Os gráficos que utilizam o tempo como um dos eixos podem utilizar diferentes períodos.  O mais comum é o gráfico diário, onde cada candle ou barra representa os preços do dia. 

Uma barra ou um Candle pode representar preços em qualquer intervalo de tempo, como exemplo um dia, uma semana ou também períodos intradiários como 10 minutos. 

As tendências observadas variam conforme as escalas de tempo utilizadas e os objetivos do investimento. 

Utilizando o gráfico de candlestick como exemplo, em um gráfico semanal, cada candlestick refere-se a uma semana e, portanto, corresponderá ao preço de abertura da segunda, ao fechamento na sexta, à máxima e à mínima da semana. Já o gráfico diário terá cada candle referente a cada pregão.  

 

Figura – Exemplo de gráfico Ibovespa – Diário X Semanal. 

 

Fonte: https://www.tradingview.com/. 

 

Figura – Exemplo de gráfico Ibovespa – Mensal X Semanal. 

 

Fonte: https://www.tradingview.com/. 

 

A medida que o intervalo de tempo aumenta, o gráfico anterior é incorporado como parte do gráfico posterior. 

 

Figura – Gráfico Ibovespa Intradiário 5 minutos. 

 

Fonte: https://www.tradingview.com/. 

  

Quanto maior a propensão a especular do investidor, menores serão os períodos de tempo utilizados nos gráficos. Isto é, as decisões grafistas necessitam de grandes amostras, mas como é adotado um prazo curto, é preciso utilizar períodos menores para identificar as oportunidades em prazos muito curtos. 

Ø Operações de médio e longo prazo: Mensal, semanal e diário; 

Ø Swing trade: diário e intraday (60’); 

Ø Daytrade: intraday (15’-60’); 

Ø Scalping: intraday (1’-5’). 

  

1.6 INDEXAÇÃO 

A indexação consiste em referenciar os valores de um gráfico em relação a outro gráfico. Esse gráfico é chamado de gráfico indexado ou gráfico dividido por um indexador. Ou seja, são observadas as proporções entre os diferentes ativos, e assim comparada a rentabilidade dos ativos analisados. 

É uma prática comum a análise da indexação. Como exemplo podemos dividir o Índice Bovespa pelo Dólar Comercial.  O resultado desta divisão gera um gráfico do Ibovespa dolarizado e permite, assim, a análise do Ibovespa na perspectiva de um investidor estrangeiro que tem o Dólar como moeda local. 

Outro caso muito utilizado de indexador é o ativo de renda fixa ou a própria inflação. Nesse último caso, é chamado de correção ou indexação dos preços, pois mostra o preço do ativo corrigido. Desse modo, esse gráfico permite verificar se os retornos dos ativos analisados compensam mais que o indexador 

Já quando se trata de uma ação, por exemplo, pode ser utilizada outra ação ou um índice, a fim de avaliar o comportamento da ação em relação ao setor ou o próprio mercado como um todo. 

 

Figura – Índice Ibovespa Indexado ao Dólar Comercial. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

Há valorização em gráfico indexado quando: 

  • o ativo analisado subir e o indexador cair; 
  • o ativo valorizar mais que a valorização do indexado; ou 
  • o indexador desvalorizar mais que a desvalorização do ativo. 

 

Há desvalorização em gráfico indexado quando: 

  • o indexador subir e o ativo analisado cair; 
  • o indexador valorizar mais que a valorização do ativo; ou 
  • o ativo desvalorizar mais que o indexador dele. 

Considere como ativo a ação VALE3 e como indexador a ação PETR4. O gráfico indexado deve ser analisado da seguinte forma: 

  • Se a análise do gráfico indica compra, deve-se comprar VALE3 e vender PETR4. Justificativa: o desempenho da VALE3 é maior que o da PETR4. 
  • Se a análise do gráfico indica venda, deve-se vender VALE3 e comprar PETR4. Justificativa: o desempenho da PETR4 é maior que o da VALE3. 

  

1.7 GRÁFICOS PERPÉTUOS OU CONTÍNUOS 

O mercado futuro tem uma particularidade que é a data de vencimento dos contratos. Ou seja, eles têm data exata para acabar. Como exemplo, existe o contrato de dólar que acaba todo primeiro dia útil de cada mês, sendo que cada mês é identificado com uma letra no seu código de negociação. 

 Observe o contrato de Mini Dólar a seguir: 

 

Figura – Gráfico não contínuo (Mini Dólar Junho 2021) 

 

Fonte: https://www.tradingview.com/. 

Figura – Gráfico Perpétuo (Mini Dólar)  

 

Fonte: https://www.tradingview.com/. 

  

Para que esse processo seja corretamente realizado, é preciso respeitar alguns critérios, como: 

  • A liquidez do contrato não pode estar muito baixa. Portanto, o dia de vencimento não pode ser utilizado para interconectar as séries; 
  • Para interconectar as séries, é realizada a divisão da série antecessora à próxima por um fator. 

Esse trâmite aumenta as séries e torna-as perpétuas, possibilitando que o analista técnico utilize uma variedade maior de ferramentas e possa trabalhar com séries contínuas. 

 

2 Resumo CNPI: Teoria De Dow 

TEORIA DE DOW 

2.1 IDEIAS BÁSICAS 

A teoria de Dow é um dos principais alicerces da análise gráfica e está baseada nas variações de preços por meio da utilização de gráficos do mercado norte-americano. Charles Dow encontrou uma forma eficiente para seguir as oscilações de preços e interpretar os movimentos do mercado. 

A teoria é baseada em princípios, são eles: 

  • O mercado tem três tendências; 
  • O volume deve acompanhar a tendência; 
  • Tendência primária de alta tem três fases; 
  • Tendência primária de baixa tem três fases; 
  • Os índices descontam tudo; 
  • As duas medias devem se confirmar; 
  • Mercado pode se desenvolver em linha; 
  • As médias devem ser calculadas com preço de fechamento; 
  • A tendência é válida até que haja sinais de reversão. 

  

 

 

Figura – Teoria de Dow. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

É importante ter em mente que a teoria de Dow (e a análise técnica como um todo) se baseia inteiramente no princípio básico de tendência. É através da tendência que é possível definir a direção dos movimentos no mercado, as mudanças de percurso e se haverá reversões. A tendência apresenta força e direção.  

 

 

Figura – Tipos de tendência. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Figura – Tendência varia conforme o tempo. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

2.2 TENDÊNCIA PRIMÁRIA, SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA 

No entanto, há três tendências distintas, são elas: primária, secundária e terciária. 

A primeira delas é considerada a principal por ser de longo prazo. Ela representa um longo movimento de alta ou baixa de ativos. Não há uma definição clara do tempo de duração de uma tendência primária, porém, ela tende a durar mais de um ano. Observe um exemplo: 

  

Figura – Exemplo de tendência primária. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

É importante destacar que a tendência primária não se realiza em forma de “linha reta”. O movimento do mercado “caminha”, entretanto, em uma direção específica. Veja: 

 

Figura – DireçõesTendência de Alta e de baixa. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

Cada um desses impulsos isolados vem a ser a tendência secundária (médio prazo), que interrompem momentaneamente a primária, mas não a altera em modo algum. A tendência secundária pode durar entre três semanas a três meses aproximadamente; e tende a corrigir entre 1/3 e 2/3 do movimento de preços da tendência primária, da qual faz parte: 

  

Figura – Exemplo de tendência secundária. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor 

  

Por sua vez, tendência terciária (curto prazo) faz parte da tendência secundária assim como a secundária faz parte da primária. Elas tendem a ser movimentos de até 3 semanas. Esta tendência é composta por pequenas oscilações, de curta duração (menor a três semanas), e é a única que pode ser influenciada pelos big players. 

Cada uma das tendências apresentadas acima é mais adequada para operações específicas. 

  

2.3 REGRA DA CONFIRMAÇÃO 

O volume está intimamente ligado à confirmação da tendência observada, pois: 

  • Em uma tendência de alta é esperado que o volume aumente com a valorização dos ativos (manutenção da pressão de compra) e diminua com a desvalorização do ativo (diminuição da pressão de compra). 
  • Em uma tendência de baixa o volume aumenta na medida em que há uma desvalorização (manutenção da pressão de venda) e diminui na medida em que há um aumento (diminuição da pressão de venda). 

O volume deve confirmar a tendência, pois, caso contrário, é um indício de perda de força da tendência observada. 

Como o volume é uma terceira dimensão da análise, após o preço e o tempo, ele deve ser bem entendido para que não haja equívocos. Como é sabido, o volume é o total de ativos negociado em um determinado período de tempo. Ele é geralmente apresentado conjuntamente com o preço, logo abaixo dele. 

O volume pode confirmar, enfraquecer ou sugerir uma inversão/quebra. Assim, ele é importantíssimo para o analista gráfico. No gráfico a seguir é demonstrado um movimento de alta: 

 

Figura – Exemplo alta de volume. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

O volume é demonstrado logo abaixo do preço por meio de colunas verdes, para períodos em que o valor do fechamento for maior que valor do fechamento anterior, e por meio de colunas vermelhas para os momentos em que o valor de fechamento for menor que o período anterior.  

O gráfico ilustra a teoria descrita anteriormente. Os movimentos de alta em momentos de tendência de alta apresentam maiores volumes do que os movimentos de baixa em tendência de alta. Ou seja, as colunas de volume para os dias de alta indicados no gráfico são maiores que as colunas para os momentos de baixa. Reforçando a tendência de alta indicada. 

O contrário é verdadeiro, na tendência de baixa os volumes de dias de queda são maiores que os dos dias de baixa. 

 

2.4 IMPORTÂNCIA DO VOLUME 

O volume é importante visto que reflete o grau de comprometimento financeiro/emocional dos investidores com o ativo em questão. Por exemplo, uma queda brusca com volume baixo não reflete a percepção total do mercado sobre o ativo, mas uma queda brusca com volume alto indica a percepção de maior parte dos investidores. 

O volume pode ser classificado de duas formas principais: 

  • Volume Financeiro: O volume financeiro é calculado pela multiplicação do número de ativos negociados pelo valor dos ativos. Geralmente é apresentado um número mais extenso, em função do tamanho do mercado. 
  • Volume Quantidade: É o número de ativos negociados. Bastante usado no day-trade por ser um número com menos dígitos que o volume financeiro. 

O tipo de volume escolhido não é o principal fator da análise baseada no volume, mas sim a relação entre o volume observado e os demais volumes históricos para o ativo. Isto é, só é possível afirmar se o volume está alto ou baixo através da comparação com o histórico do ativo. 

A importância do volume como indicador de rompimento e de reversão de tendência ficará mais clara no tópico 3.5, no qual o uso do volume será mais detalhado. 

 

3 Resumo CNPI: Conceito de Tendência 

CONCEITOS DE TENDÊNCIA 

3.1 DEFINIÇÃO, DIREÇÃO E FORÇA 

Os movimentos do mercado são compostos de 3 momentos, que são: 

 

Alta 

O movimento de alta corresponde à tendência altista e está ligado a fatores psicológicos ligados ao otimismo. Movimento caracterizado por fundos ascendentes. 

Os fundos são considerados pontos de suporte, pois é o momento em que força dos compradores supera a força dos vendedores. 

 

 

Figura – Movimento de alta. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Baixa 

Movimento de baixa é caracterizado por topos descendentes. 

Topos são considerados pontos de resistência, pois nesse momento a força vendedora supera a compradora. 

 

Figura – Movimento de baixa. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

Lateral 

Tendencia Indefinida, caracteriza se por topos e fundos em nível horizontal. Representa o equilíbrio entre compradores e vendedores em uma faixa de preço. A oscilação da faixa de preço também denominada com consolidação. 

 

Figura – Movimento lateral. 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

 

Figura – Tipos de tendência. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

 

 

Figura – Tendência varia conforme o tempo. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Figura – DireçõesTendência de Alta e de baixa. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

3.2 SUPORTE E RESISTÊNCIA 

O suporte é um nível delimitado no gráfico no qual a pressão compradora supera a pressão vendedora. Essa é uma região do gráfico na qual a queda dos preços se interrompe e os preços tendem a subir. 

Já a resistência indica o contrário. Essa é uma região do gráfico na qual o preço do ativo negociado encontra uma resistência para subir, ou seja, é uma área na qual a pressão vendedora supera a pressão compradora. 

Para que seja possível identificar o suporte ou resistência, é necessário identificar os fundos ou topos do gráfico. Os topos são as “cristas” ou “picos” do gráfico e constituem o máximo de figuras semelhantes a montanhas: 

 

Figura – Topo, “crista” ou “pico” do gráfico. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

Já os fundos se assemelham ao decaimento máximo de “vales”. 

 

Figura – Fundo ou “vale” do gráfico. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

Em uma tendência de alta, a resistência é apresentada como pausas para as altas, porém podem ser superadas por movimentos bruscos de alta em momentos posteriores. Analogamente, o suporte “segura” os movimentos de queda e são capazes de interrompê-los por um período de tempo. Observe um exemplo de resistência (em azul): 

 

Figura – Exemplo de resistência. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

 Para que a tendência de alta representada seja mantida, é preciso que o fundo sucedido esteja em um patamar mais elevado que o fundo anterior. Observe os fundos demarcados em vermelho para o mesmo ativo apresentado anteriormente: 

Figura – Exemplo de fundos. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

3.3 LINHAS DE TENDÊNCIA E CANAIS 

As linhas de tendência são linhas traçadas de modo que os fundos de uma tendência de alta sejam ligados aos topos de uma tendência de baixa. Ela permite identificar onde se encontram os fundos/topos do ativo e, assim, apontar o melhor momento para entrar ou sair do mercado.  

Para se criar uma linha de tendência, é preciso primeiramente constatar a existência da tendência em si. Para tanto: 

Tendência de alta: identificar pelo menos dois topos (com o segundo maior que o primeiro) com dois fundos (sendo o segundo fundo mais alto que o primeiro). Observe que a tendência é apresentada por uma linha azul, que conecta fundos ascendentes.  

 

Figura – Tendência de alta. 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

 

De forma análoga, para traçar uma linha de tendência de queda é preciso identificar com clareza a sequência em que há dois fundos seguidos, de modo que o segundo fundo seja mais baixo que o primeiro e haja dois topos seguidos, sendo o segundo topo mais baixo que o primeiro. 

Já os canais são as linhas traçadas paralelamente às linhas de tendência. Por exemplo, no caso da tendência de alta, será a linha que liga os topos da tendência. Essa linha pode ser observada no ponto A da figura apresentada anteriormente. 

 

 

Para traçar uma linha de canal para uma alta é preciso, primeiramente, traçar a linha de tendência e, após isso, ligar os topos dessa tendência com uma linha que se inicie no primeiro topo. Esse canal é confirmado se, no próximo topo, os preços “esbarrarem” na linha e se retraírem. 

  

Figura – Canal de alta. 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

  

Analogamente, para uma tendência de baixa, o canal ligará os fundos e formará uma linha paralela à da tendência. A principal utilidade do canal é identificar o momento de entrada e saída do papel. Em uma tendência de alta, por exemplo, o investidor deverá comprar o ativo quando o preço estiver próximo da linha de tendência e vendê-lo quando estiver próximo da linha do canal. 

O mais comum é que o mercado apresente tendências claras e, todavia, canais menos claros. 

 

3.4 CONSOLIDAÇO E CORREÇÃO  

É comum que a linha de tendência seja brevemente quebrada por oscilações durante o dia. No entanto, nem sempre essa quebra representa uma mudança na tendência. Desse modo, utiliza-se o preço de encerramento do dia como critério de identificação de uma quebra na tendência. 

Outro aspecto importante é a adequação da linha de tendência, visto que nem sempre a linha traçada será mantida ao longo do tempo. Em uma tendência de alta, por exemplo, é possível que haja topos que mudem o grau de inclinação da reta. Nesse caso, a linha anterior é abandonada e adota-se uma nova linha com um afastamento maior que a anterior, de modo haja um acompanhamento melhor dos fundos e topos. Isso ocorre devido ao fato de os preços não apresentarem um comportamento em linha reta, mas sim oscilatório. 

 

3.5 ROMPIMENTO 

Um dos princípios da teoria de Dow é que uma tendência continua até surgir um sinal claro e definitivo de reversão.  Sendo assim consideramos verdadeiro que o mercado não cairá somente por ter valorizado demais e não subirá somente porque caiu demais. O analista deverá identificar com o maior nível de clareza o possível movimento analisado. 

Ao observar um ativo em específico é preciso ter em mente que quanto maior é a amplitude da área de resistência/suporte mais forte ela é e, portanto, mais claro é o rompimento identificado. Nesse caso, o impulso gerado é tão forte que não se volta a tendência em seguida, portanto, gera movimentos prolongados que “quebram” a tendência. 

 

Figura – Rompimento com confirmação de volume 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

 

4 Resumo CNPI: Figuras Gráficas 

FIGURAS GRÁFICAS 

A análise gráfica busca identificar padrões no comportamento dos preços e assim obter lucro ao antever movimentos no mercado. Esses padrões sinalizam determinados movimentos no preço em períodos seguintes e direcionam a estratégia do investidor. Esses padrões podem se apresentar na forma de figuras geométricas que ocorrem com certa frequência e são classificados em duas categorias: 

  • Figuras de continuidade; e 
  • Figuras de reversão. 

 

4.1 PADRÕES DE REVERSÃO E CONTINUIDADE 

As figuras de continuidade são aquelas que representam pausas na tendência apresentada, podendo representar um momento de consolidação de um preço ou de congestão. Após a identificação desses momentos há uma maior probabilidade de continuação da tendência anterior ao padrão utilizado. Observe o exemplo da figura abaixo em que uma tendência de alta é seguida por um padrão de congestão e logo em seguida retorna ao momento de alta: 

 

Figura – Continuidade de alta. 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

 

Do mesmo modo, caso seja um movimento de baixa, o mesmo padrão indicará um prosseguimento da baixa. A figura posterior detalhará melhor como esse padrão se forma: 

 

 

Figura – Continuidade de baixa. 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

 

 Observe que após o padrão indicado em vermelho ser quebrado há continuidade da tendência anterior, no caso da figura acima, o prosseguimento da queda. É possível destacar alguns dos principais padrões de continuidade que podem ser sinalizados: 

 

Figura – Principais padrões de continuidade. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

Além de indicar continuidade, os padrões também podem indicar uma reversão da tendência anterior. Entre os principais padrões de reversão é possível destacar: 

 

Figura – Principais padrões de reversão. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

4.2 PADRÕES E VOLUME  

O volume é um fator de confirmação para a tendencia, da mesma forma é considerado imprescindível para confirmação dos movimentos das figuras gráficas. Figuras apresentam níveis de resistências e suportes que devem apresentar volume mais elevado para indicar o possível rompimento. 

Os preços podem trabalhar em conjunto com o volume para indicar os padrões de movimento do mercado. 

 

Figura – Rounding top. 

 

Fonte: Elaborada pelo autor 

  

No topo arredondado (rounding top), o preço tem comportamento inverso do volume. Nesse caso, o preço sofre uma dissipação no volume na medida em que cresce. O preço então perde força e cai incentivando um “rally” (investidores “correndo” na mesma direção) dos investidores.  O inverso ocorre em um fundo arredondado: 

 

Figura – Rounding bottom. 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

 

No fundo arredondado (rounding bottom) o preço cai mas perde força em termos de volume até que volte a crescer com o apoio do volume. A recuperação do preço é respaldada pela quantidade de investidores e um “rally” pela valorização é iniciado. Veja um exemplo real: 

 

Figura – Exemplo de rounding bottom. 

 

Fonte: Elaborada pelo autor a partir de TradingView (2019). 

 

 

4.3 PADRÕES E OBJETIVOS DE PREÇO 

Figuras gráficas são padrões formados por linhas de tendências, suportes e resistências. Baseando se no comportamento do passado é possível estabelecer continuação ou reversão de tendência. Pode se também projetar alvos de objetivo de preço. A projeção dos alvos de nível do preço auxilia o analista a encontrar pontos de saída da operação.  Com a projeção dos alvos (pontos de saída ou realização parcial) o analista consegue delimitar o  gerenciamento de risco retorno de cada operação. 

Assim, a melhor maneira para que o investidor se atende a estratégia é através da ordem de stop, que deve ser programada logo ao se posicionar no mercado. Lembre-se: a ordem de stop é uma ordem programada conforme o preço atinge um determinado patamar previsto pela estratégia. 

Todavia, as ordens de stop devem ser sempre atualizadas conforme o comportamento do ativo permitir. Ou seja, um aumento constante do preço do ativo flexibiliza a elevação da ordem de stop. Porém, a mudança do stop não deverá ser realizada para baixo. 

 

4.4 OMBRO-CABEÇA-OMBRO 

A formação ombro-cabeça-ombro (head and shoulders) é uma das formações de reversão mais conhecidas na literatura de análise técnica. Portanto, caso a tendência inicial seja de alta a formação indicará uma reversão para uma tendência de baixa. 

 

Figura – Head and shoulders (Ombro-cabeça-ombro) 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

  

Caso a tendência inicial seja de alta, os ombros e a cabeça serão topos que correspondem a máximas da cotação do título (topos). Já caso a tendência inicial seja de baixa, os ombros e a cabeça serão mínimos (fundos). Observe um caso prático: 

  

Figura – Exemplo de head and shoulders. 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

 

4.5 TOPOS E FUNDOS DUPLOS 

Os topos duplos (double top) e fundos duplos (double bottom) são outras formas de reversão. No fundo duplo há dois mínimos intercalados por um máximo e que são seguidos de um rompimento de uma linha de resistência. Esse padrão marca a saída de uma tendência de queda para uma tendência de alta. Veja o exemplo: 

 

Figura – Exemplo de fundos duplos (double bottom).  

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

 

O fundo duplo, composto pelos dois mínimos e um máximo ocorre após a tendência de queda demonstrada. O primeiro mínimo é a cotação mais baixa da tendência de baixa e precede um movimento de alta representado pelo máximo. No entanto, a alta não é mantida e ocorre um novo mínimo acompanhado com cotação semelhante à do primeiro. Os investidores sentem que há oportunidade de auferir os ganhos do máximo anterior e a pressão compradora volta ainda mais forte e quebra a resistência anterior. Isso gera uma nova tendência. Observe um exemplo: 

 

Figura – Exemplo de fundos duplos (double bottom).  

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

 

Essa formação é mais evidente quanto maior é a diferença entre os mínimos e máximos no gráfico, ou seja, quanto maior é o percentual entre os preços do mínimo e do máximo maior é a pressão compradora que romperá a resistência. É importante destacar que os mínimos devem estar claramente separados para que a formação deles não seja apenas um suporte. 

Contrariamente, há o padrão inverso em que há dois máximos intercalados por um mínimo. Quando esse padrão culmina em um rompimento do suporte, há o chamado “topo duplo”. Esse padrão marca a transição de uma tendência de alta para uma tendência de baixa. Exemplo: 

 

Figura – Exemplo de topo duplos (double top). 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

  

O gráfico de topo duplo é composto por um primeiro máximo que é a cotação mais alta do período de tendência de alta.  Após isso há uma queda, que serve como referência para traçar a linha de suporte. Ela é acompanhada de uma alta, devido à memória do mercado. Essa alta apresenta outro máximo semelhante ao primeiro (não precisa ser idêntico, mas a diferença deve ser mínima). Após a última alta, há uma nova queda acompanhada pelo aumento do volume. Ultrapassada a linha de suporte, ela se torna a nova linha de resistência a ser utilizada. 

Assim como no fundo duplo, quanto mais perceptível for a dos máximos e mínimos, mais forte é a tendência observada. É importante destacar que em ambas as formações o volume é essencial para confirmar o rompimento da linha de suporte/resistência, caso contrário, poderá haver uma nova recuperação sem que a reversão de tendência se confirme. 

 

4.6 TOPOS E FUNDOS TRIPLOS  

Os topos triplos (triple top) e fundos triplos (triple bottom) são padrões gráficos de reversão não encontrados com muita frequência. 

No fundo triplo há três mínimos que precedem um rompimento de resistência nesse padrão, há uma tendência inicial de baixa que culmina na forma que antecede uma tendência de alta. Essa formação é composta por três mínimos que são aproximadamente iguais e que são acompanhados de pequenos aumentos no volume negociado. 

  

Figura – Exemplo de fundos triplos (triple bottom). 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

  

Após o terceiro mínimo há uma quebra de resistência que é acompanhada de aumentos no volume negociado. O aumento do volume deve existir para que seja uma mudança de tendência confiável. 

Nessa formação há uma linha de resistência que deve ser rompida após o terceiro mínimo. Essa resistência passa a ser então uma linha de suporte. Quanto mais clara é a formação, maior é a tendência de alta que precederá a formação. 

 

Figura – Exemplo de linha de resistência de fundos triplos (triple bottom). 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

  

Já o topo triplo segue a lógica inversa do fundo triplo. Ele é composto por uma primeira linha de tendência de alta que forma uma três máximos seguidos em preços semelhantes. Após isso, há um rompimento do suporte criado e então há uma reversão de tendência para uma baixa. Exemplo: 

  

Figura – Exemplo de topos triplos (triple top). 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

  

Nessa formação gráfica de topo triplo há três máximos que devem ser semelhantes em nível de preço. Essa formação cria uma linha de suporte aos três pontos. Pequenas diferenças de preço são aceitáveis, porém, para que não haja dúvida, deve-se consultar o volume transacionado para confirmar se a tendência tende a um rompimento. Analogamente ao fundo triplo, a linha de suporte se torna a linha de resistência após o rompimento. 

 

4.7 TRIÂNGULOS 

Os triângulos ascendentes (ascending triangle) são formações que reforçam a tendência de alta. Nesse padrão há pontos de máximos na mesma linha de resistência horizontal. Esses pontos têm cotação aproximada e são separados por pequenas distâncias. Em contrapartida, as linhas de mínimo seguem uma tendência de alta evidente. 

  

Figura – Triângulos ascendentes (ascending triangle). 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

 

Essa formação pode ser utilizada para avaliar formações em poucas semanas a até meses e, geralmente, é confirmada pelo volume. Nessa formação o volume tende a diminuir junto com a formação do triângulo até que ele rompa a resistência. Nesse ponto, o volume aumenta drasticamente, confirmando a continuidade da tendência. Ou seja, essa não é uma figura de reversão. Observe um exemplo real: 

 

Figura – Exemplo de triângulos ascendentes (ascending triangle). 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

  

Já a formação de triângulo descendente (descending triangle) se forma em momentos de tendência de baixa. Essa formação pode durar semanas ou até meses. Nela a linha inferior é um suporte de pelo menos dois pontos de mínimos unidos por uma linha horizontal. Esses pontos apresentam cotação aproximada. Além disso, há uma linha de tendência de baixa (descida) ligando pelo menos dois pontos de máximos que são seguidos e sucessivamente inferiores um ao outro. 

 

Figura – Triângulos descendentes (descending triangle). 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

Essa é uma formação que depende do volume para confirmação. Caso ele aumente, é um grande indício de rompimento do suporte. Geralmente se usa como cotação alvo a diferença entre a cotação máxima do triângulo e a linha de suporte, ou seja, após o rompimento se fixa um valor abaixo do rompimento cuja diferença seja igual à do suporte até o máximo do triângulo. 

Por fim, há o triângulo simétrico (symmetric triangle), que não apresenta uma tendência definida após sua formação. Ele é formado por uma linha de resistência e uma linha de suporte, cada uma delas formada por no mínimo dois pontos (dois máximos e dois mínimos). A linha de suporte é formada por mínimos consecutivos, que aumenta de altitude ao longo da linha. Já a linha de resistência é formada por máximos consecutivos que diminuem de altitude ao longo da linha. Exemplo: 

  

Figura – Triângulos simétrico (symmetric triangle). 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

 

 

 

 

 

 

4.8 BANDEIRAS, FLÂMULAS E CUNHAS 

As bandeiras (flag) e flâmulas (pennant) são padrões de continuação e possuem alguns pontos em comum que podem ser caracterizados como etapas dessas formações. São elas: 

 

Figura – Pontos comuns entre bandeiras (flag) e flâmulas (pennant). 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

 

Ambas as formações ocorrem em períodos curtos de tempo que corriqueiramente vão de 1 a 3 semanas em períodos de quedas ou altas bruscas, porém, também podem ser observados em até 8 semanas. Nessas formações o volume tende a diminuir até o momento de quebra do padrão, onde ele aumenta. 

A diferença crucial entre os dois padrões é o formato da segunda etapa das formações (correção do movimento). Observe a figura que representa a bandeira: 

 

Figura – Bandeira (flag). 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

 

Na bandeira há pelo menos dois mínimos e dois máximos que se formam na horizontal em preços semelhantes. Observe que a tendência inicial é mantida após a formação. É importante destacar que ela pode se conformar com mais topos e fundos. 

A seguir são apresentados exemplos de bandeira baixista (bearish flag) e bandeira altista (bullish flag). 

 

Figura – Bandeira baixista (bearish flag). 

  

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Figura – Bandeira altista (bullish flag). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Já na flâmula a linha de resistência se forma em diagonal, como pode ser observado na figura a seguir: 

 

Figura – Flâmula (pennant). 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

Geralmente, é definido o preço alvo (momento de sair do ativo) conforme a distância entre os pontos mais distantes da formação (tanto para a bandeira quanto para a flâmula). Nesse caso, após o rompimento é estabelecido o preço de venda (no caso de uma tendência de alta) conforme o preço do rompimento mais a distância citada anteriormente. 

Assim como as duas formações citadas anteriormente, a cunha (wedge) também indica continuação de tendência. Essas formações se assemelham ao triângulo simétrico pois nelas há duas linhas (suporte e resistência) que convergem para o mesmo ponto. 

Em tendência de alta uma cunha irá se posicionar “afunilando” as oscilações para baixo. Ou seja, nessa formação os preços se comportam contrariamente à tendência inicial até que há o rompimento da formação e volte à tendência inicialmente indicada. Exemplo de cunha de alta: 

 

Figura – Cunha (wedge) de alta. 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

  

Lembre-se que quando a tendência é de alta a cunha é descendente e quando a tendência é de baixa a cunha é ascendente.  A dinâmica do volume e do preço alvo segue o padrão da flâmula e da bandeira. 

4.9 RETÂNGULOS 

As formações de retângulos são padrões claros e fáceis de identificar nos gráficos de cotações, pois são limitadas por duas linhas horizontais paralelas bem definidas. Essas linhas unem os topos (linha de resistência) e os fundos (linha de suporte). Essa formação é conhecida por ser uma área de consolidação das cotações. 

Os retângulos não se formam apenas na alta ou apenas na baixa. Essa é uma figura de consolidação que pode se formar em qualquer uma das duas tendências. Para que o retângulo seja útil é necessário ter um padrão claro antes de sua formação para, assim, o retângulo poder indicar sua continuação em um determinado momento. 

  

Figura – Retângulo. 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

  

No exemplo apresentado acima há uma continuidade de uma tendência de baixa, porém, o mesmo padrão pode se aplicar a uma tendência de alta. Essa formação se assemelha ao triângulo simétrico no sentido poder ser aplicada a qualquer uma das tendências e indicar consolidação delas. 

É importante destacar que essa figura é formada por no mínimo 4 pontos de contato, sendo no mínimo dois topos e dois fundos. Os fundos devem ter valores aproximados entre si, da mesma forma os topos devem ter valores semelhantes entre si. 

 

Figura – Exemplo de retângulo. 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

 

O volume não se comporta de forma padrão, o que dificulta identificar o momento certo da reversão. Contudo, é esperado que quanto maior for o volume, mais forte é a direção do movimento dos preços. Assim como o triângulo simétrico, esse padrão pode durar de semanas a meses. 

A direção do rompimento dependerá da trajetória anterior à formação, porém, é importante se atentar ao momento do rompimento para a identificação da tendência a ser prosseguida. Geralmente, é utilizado como definição de rompimento da formação uma oscilação de até 3% abaixo ou acima da linha de resistência/suporte. Esse padrão ilustra o conflito entre a pressão compradora e vendedora no mercado, pois demonstra a oscilação entre as forças de compra e venda. 

As formações de retângulos são padrões claros e fáceis de identificar nos gráficos de cotações, pois são limitadas por duas linhas horizontais paralelas bem definidas. Essas linhas unem os topos (linha de resistência) e os fundos (linha de suporte). Essa formação é conhecida por ser uma área de consolidação das cotações. 

Os retângulos não se formam apenas na alta ou apenas na baixa. Essa é uma figura de consolidação que pode se formar em qualquer uma das duas tendências. Para que o retângulo seja útil é necessário ter um padrão claro antes de sua formação para, assim, o retângulo poder indicar sua continuação em um determinado momento. 

 

Figura – Retângulo. 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

  

No exemplo apresentado acima há uma continuidade de uma tendência de baixa, porém, o mesmo padrão pode se aplicar a uma tendência de alta. Essa formação se assemelha ao triângulo simétrico no sentido poder ser aplicada a qualquer uma das tendências e indicar consolidação delas. 

É importante destacar que essa figura é formada por no mínimo 4 pontos de contato, sendo no mínimo dois topos e dois fundos. Os fundos devem ter valores aproximados entre si, da mesma forma os topos devem ter valores semelhantes entre si. 

  

Figura – Exemplo de retângulo. 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

O volume não se comporta de forma padrão, o que dificulta identificar o momento certo da reversão. Contudo, é esperado que quanto maior for o volume, mais forte é a direção do movimento dos preços. Assim como o triângulo simétrico, esse padrão pode durar de semanas a meses. 

A direção do rompimento dependerá da trajetória anterior à formação, porém, é importante se atentar ao momento do rompimento para a identificação da tendência a ser prosseguida. Geralmente, é utilizado como definição de rompimento da formação uma oscilação de até 3% abaixo ou acima da linha de resistência/suporte. Esse padrão ilustra o conflito entre a pressão compradora e vendedora no mercado, pois demonstra a oscilação entre as forças de compra e venda. 

 

4.10 GAPS, ILHA DE REVERSÃO 

Os gaps (que significam “intervalos”), também conhecidos como price gaps (que significa “intervalos de preços”) são áreas do gráfico em que não há negociação. Por exemplo, quando há uma tendência de alta, os preços tendem a se elevar de um pregão para o outro, no entanto, há diferenças entre o preço de encerramento de um pregão e a cotação de abertura do pregão posterior, essa diferença é um exemplo de gap. Da mesma forma, os gaps podem existir em tendências de baixa, analogamente, nesse caso há um gap quando o pregão inicia o dia com um preço muito abaixo do encerramento do dia anterior. Exemplo: 

 

Figura – Gaps. 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

  

Geralmente os gaps são “fechados”, ou seja, há movimentos de preços que recuperam o salto dos preços anteriores. Isso ocorre porque geralmente os gaps são resultados de euforia em relação a notícias ocorridas fora do horário de pregão (como de noite) e são superestimadas pelo mercado (euforia). Nesse caso, os investidores se recuperam da euforia e revertem o comportamento abrupto dos preços. 

 

Figura – Exemplo de fechamento de um gap. 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

 

Porém, a ocorrência de um gap nem sempre é revertida e é comum em diversos momentos. Devido a isso, é possível identificar quatro formações mais recorrentes de gaps, são elas: 

Gap comum (commom gap): ocorre geralmente quando o mercado tem baixa liquidez (pouco volume transacionado) ou em momentos de consolidação. Nesses casos, o gap significa a falta de interesse do lado vendedor ou do lado comprador no mercado. Geralmente, esses gaps são fechados (movimentos contrários que retornam o preço) em pouco tempo e têm pouca influência sobre o comportamento como um todo do ativo analisado. 

  

Figura – Exemplo de gap comum (commom gap). 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

  

Gap de rompimento (Breakaway Gap): esse gap ocorre em momentos de rompimento de uma figura gráfica ou quando há violação de um suporte ou resistência amparados pelo aumento do volume do gráfico. É importante destacar que: 

  • O gap é considerado “gap de rompimento de baixa” quando inicia uma trajetória de queda. 
  • O gap é considerado “gap de rompimento de alta” quando inicia uma trajetória de alta. 

Esses gaps são raramente revertidos em períodos posteriores e caso o sejam indicam um falso rompimento anterior ou uma reversão de tendência. Exemplo de gap de rompimento: 

 

Figura – Exemplo de gap de rompimento (breakaway gap). 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

  

Gap de continuação (Midway Gap): também conhecido como gap de fuga (runaway gap), ele ocorre quando há movimentos no meio de uma tendência sem que haja rompimento dela. Esses movimentos geralmente são consecutivos e demonstram a força da tendência observada. Esses gaps são geralmente acompanhados de alto volume e apresentam preço de fechamento próximos do máximo do dia (para uma tendência de alta) ou apresentam preços de fechamento próximos da mínima (para uma tendência de baixa). Esses gaps não são fechados em períodos posteriores. 

 

Figura – Exemplo de gap de continuação (midway gap). 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

 

Gap de exaustão (Exhaustion gap): esse gap ocorre ao final de uma tendência, logo após um rápido declínio ou alta dos preços. Ele representa uma forte alta (no caso de uma tendência de alta) ao final da tendência e é prontamente fechada pelo rompimento da tendência. Já em uma tendência de baixa, ele representa uma forte baixa que é prontamente fechada pelo rompimento da tendência. Ele é facilmente confundido com o Midway Gap, pois se apresenta após um rápido avanço dos preços. 

 

Figura – Exemplo de gap de exaustão (exhaustion gap). 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

 

Ilha de reversão (island reversal): Esse é um gap raro que delimita “ilhas” de preços. Essas ilhas de preços antecedem descontinuidade das tendências observadas antes dessas ilhas. O formato pode durar muito ou pouco, ou seja, pode se conformar com candles isolados (curto prazo) ou se assemelhar aos fundos ou topos arredondados, porém, com gaps nas laterais (longo prazo). É importante destacar que: 

 

Figura – Destaque sobre Ilha de reversão (island reversal) 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

 

Figura – Exemplo de Ilha de reversão (island reversal). 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

 

5 Resumo CNPI: Teoria das Ondas de Elliott 

TEORIA DAS ONDAS DE ELLIOT 

5.1 PRINCÍPIOS DE CONTAGEM DAS ONDAS 

Entre as décadas de 30 e 40 um contador americano chamado de Ralph Nelson Elliott demonstrou que é possível identificar graficamente os movimentos cíclicos dos preços decorrentes dos fatores emocionais do mercado financeiro. 

Dessa forma, os movimentos identificáveis nada mais são do que a precificação das emoções das massas que seguem padrões psicológicos possíveis de serem identificados nos gráficos. Assim, parte dos movimentos no mercado decorre de o comportamento em manada devido aos investidores tomarem decisões baseadas na observação dos demais investidores ao invés da sua própria análise independente dos fatos. Ou seja, as decisões realizadas pelos participantes do mercado não são completamente independentes e, por serem correlacionadas, podem gerar efeitos em cascata. No entanto, não são todos os investidores suscetíveis a tomar decisões não racionais. Dessa forma, é possível dividir os participantes do mercado em dois grandes grupos: 

  • Participantes informados: se pressupõe que sejam os profissionais como administradores de fundos, arbitradores e etc. 
  • Participantes desinformados: investidores que não utilizam técnicas para tomar decisões ou que são demasiadamente emotivos. 

Nessa teoria os participantes informados interpretam as notícias e tomam decisões automaticamente e racionalmente. Assim, são eles que definem o preço de equilíbrio dos ativos. Já os participantes desinformados agem conforme as emoções e geram aumentos de volatilidade para os ativos negociados. 

Diante disso, Elliott desenvolveu uma teoria para o comportamento em ciclos das séries históricas de preços de ativos cotados em bolsas (ações, commodities, índices, Exchange Traded Funds – ETF`s, etc.). Essa teoria pode ser comparada com a teoria de DOW em alguns quesitos, são eles: 

 

Quadro – Comparação entre a Teoria de Dow e a Teoria das Ondas de Elliott. 

Quesitos 

Teoria de DOW 

Teoria das Ondas de Elliott 

Tendência 

Há três tendências: primária, secundária e terciária 

Também há as diferentes tendências 

Causa das oscilações nos preços 

Fundamentos e Emoção 

Fundamentos e Emoção 

Padrões e Ferramentas 

Topos e fundos, Tendências, Resistências, entre outros 

Fibonacci, ciclo 12345 abc 

Limite da tendência 

Não há foco no limite da tendência 

Se busca identificar limites para as tendências apresentadas 

Prazo 

Foca-se no longo prazo (gráficos que cobrem meses). 

Não há foco em prazos definidos, pois há ferramentas para se prevenir de oscilações bruscas. 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

As decisões tomadas por analista que se utiliza da teoria de Elliott geralmente são: 

 

Figura – Decisões a partir da Teoria das Ondas de Elliott. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

Segundo Elliott os padrões gráficos se repetem em diferentes escalas e com proporções semelhantes (intervalos de minutos, intervalos de horas, intervalos de dias, etc.). Nesse sentido, o mercado financeiro é composto por fractais que são suas imagens e semelhanças em diferentes escalas. Um exemplo de fractal é os brócolis, cada ramo dele se assemelha aos brócolis como um todo, e se “quebrar” um ramo e dividir em pequenos ramos menores é possível observar semelhança entre o formato do ramo e do vegetal como um todo. 

A repetição de padrões nos preços adotada pela teoria é conhecida como o padrão 12345abc da teoria das ondas de Elliott e se repete em diferentes tamanhos e escalas no gráfico. 

 

Figura – Exemplo de padrão 12345abc da teoria das ondas de Elliott. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

No entanto, é importante destacar que esse padrão é irregular e apresenta imperfeições. Ou seja, ele não segue exatamente o aspecto destacado na figura anterior. Além disso, pode ser apresentado de forma inversa, veja: 

 

Figura – Exemplo de padrão imperfeito 12345abc da teoria das ondas de Elliott. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

A forma de tendência de alta é chamada de pivô de alta, enquanto a forma que representa uma tendência de baixa é chamada de pivô de baixa. Segundo essa teoria, todo momento do mercado está em uma das ondas apresentadas. Portanto, são 8 ondas definidas como: 

  • Onda 1 
  • Onda 2 
  • Onda 3 
  • Onda 4 
  • Onda 5 
  • Onda A 
  • Onda B 
  • Onda C 

  

São no total cinco ondas consideradas da fase de impulso (na direção da tendência da formação) e 3 ondas da fase de correção. Resta ao analista identificar em qual onda o mercado está e se posicionar corretamente conforme a próxima onda que se segue. 

 

5.2 ONDAS IMPULSIVAS/CORRETIVAS 

O ciclo completo (pivô de alta ou pivô de baixa) possui ciclos dentro de si mesmo e é parte de um ciclo ainda maior. Isso pode ser observado a seguir: 

  

Figura – Ciclo completo de padrão 12345abc da teoria das ondas de Elliot. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

Como pode ser observado, uma onda maior é composta por ondas menores e elas por ondas ainda menores, assim em diante. Essa é a ideia de fractais apresentada anteriormente. Cada uma das áreas circuladas são ondas distintas, compostas pelos pontos 12345abc e formam o mesmo padrão em escala maior, observe: 

 

Figura – Fractais dentro do ciclo completo de padrão 12345abc da teoria das ondas de Elliot. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

Através da identificação da onda em que os preços estão é possível prever a próxima onda e assim tomar decisões de compra ou venda do ativo. As primeiras 5 ondas são chamadas de ondas impulsivas ou impulsoras, pois elas compõem a direção do pivô (alta ou baixa). As últimas 3 ondas são da fase de correção, portanto, são corretivas. 

 

Figura – As fases em um pivô de alta. 

 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

Assim os pontos 12345 do gráfico pertencem ao momento de impulso e os pontos ABC ao momento de correção. Se o pivô for de alta, ABC será para baixo. Se o pivô for de baixa, o ABC será para cima. 

 

Figura – As fases em um pivô de baixa. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

FASE IMPULSIVA: ONDAS IMPULSIVAS 

  • Primeira Onda: Essa é a onda na qual os investidores bem-informados agem conforme as informações que eles detêm. Ela culmina em um topo bem definido. Quanto maior é essa onda, maior serão as demais. 
  • Segunda Onda:  nessa onda há correção do movimento anterior. A correção pode chegar a 61,8% da primeira onda. Importante: observe que a onda está na fase impulsiva, mas ela corrige a onda anterior. É importante diferenciar o comportamento de correção da definição de onda corretiva, que são as ondas da segunda fase do pivô. 
  • Terceira Onda:  é a onda na qual a confirmação do pivô (seja de alta, seja de baixa) gera uma euforia de compra. Nela há um forte impulso, que pode gerar a maior das ondas da formação. Dica: Ela nunca é menor das 5 ondas da fase impulsiva, se for, ela não é a terceira onda. 
  • Quarta Onda:  nessa onda há uma correção de cerca de 38,2% da terceira onda, porém, o otimismo ainda é grande e, portanto, ela não cai abaixo da terceira onda. 

 

  • Quinta Onda:  é formado mais um impulso que é marcado por um baixo volume. O otimismo diminui e pode surgir figuras como cunhas ou flâmulas. É possível que o mercado esteja muito “desanimado” com o ativo e o topo seja a preços semelhantes aos do topo da terceira onda. Nesse caso, é possível observar figuras como topos duplos. Caso isso ocorra, é esperada uma forte reversão de tendência nas próximas ondas. 

  

FASE CORRETIVA 

  • Onda A:  é marcada por um período de forte baixa (no pivô de alta) ou um período de forte alta (no pivô de baixa). Essa onda marca a mudança de fase do pivô. Alguns investidores no mercado acreditam que é uma correção da onda 5, porém, se trata de um impulso contrário. Importante: Essa é uma onda classificada como corretiva, contudo, ela gera um impulso que reverte toda a onda anterior, caso ela gerasse apenas uma correção, o fundo dela estaria significativamente acima do topo da onda 4. 
  • Onda B: Alguns investidores ainda acreditam que o ativo não reverteu a tendência da primeira fase e entram comprado no ativo. Há um pequeno período de alta, mas com volume fraco. Essa alta apresenta um topo inferior ao patamar da quinta onda. Fica claro para os investidores que a tendência mudou e que a Onda B não se trata de um impulso, mas de uma correção da Onda A. 
  • Onda C: Período intenso no qual há forte queda (no pivô de alta) ou forte alta (no pivô de baixa). Nesse momento o mercado percebe que o movimento de baixa é sólido e não é apenas uma correção da onda B. Ou seja, consolida a direção da segunda fase. 

  

5.3 NÚMEROS DE FIBONACCI: RAZÕES E CORREÇÕES 

Os pivôs são observáveis ao final de tendências de alta ou de baixa. Por exemplo, ao final de uma tendência de baixa o pivô de alta apresenta um fundo mais alto que o anterior. É possível destacar três pontos que permitem a identificação de um pivô de alta: 

Ponto 0: Fundo 

Ponto 1: Topo 

Ponto 2: Fundo mais alto que o anterior 

 

É quando ela alcança o fundo mais alto que é possível identificar claramente a formação do pivô. Esses três pontos são os seguintes: 

 

Figura – Três pontos que permitem a identificação de um pivô de alta. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

Sabendo da existência do pivô no ponto 2 é recomendável aguardar até alcançar o ponto 3 para confirmar a formação. Entrando, no ativo é possível desfrutar dos possíveis ganhos posteriores devido a fase de impulso do pivô. O mesmo pode ser observado em um pivô de baixa: 

Ponto 0: Topo 

Ponto 1: Topo 

Ponto 2: Fundo mais alto que o anterior 

 

Figura – Três pontos que permitem a identificação de um pivô de baixa. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

Porém, para projetar os preços pode ser utilizado Fibonacci. Nesse caso são utilizadas as variações dos preços como referência para a tomada de decisão. Anteriormente, foi dito que a variação das ondas equivale a 38,2% e a 61,8%. Esses valores se baseiam nas medidas encontradas por esse método (Fibonacci). Para isso, o cálculo é simples, observe para a primeira onda: 

  • 38,2% equivalem a: (Ponto 1 – Ponto 0) * 1,382 
  • 61,8% equivalem a: (Ponto 1 – Ponto 0) * 1,618 
  • 100% equivalem a: (Ponto 1 – Ponto 0) * 2,00. 

  

Os valores de 38,2% e 61,8% é resultante da série de Fibonacci (matemático italiano do século XII) que é formada por números que são o resultado da soma dos dois últimos anteriores.  

Observe: 

0 + 1 = 1 

1 + 1 = 2 

1 + 2 = 3 

2 + 3 = 5 

3 + 5 = 8 

5 + 8 = 13 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

Essa série cresce indefinitivamente, porém, apresenta uma característica peculiar. A razão entre dois números consecutivos tende a se estabilizar em 0,618. Observe: 

1/2 = 0,5 

2/3 = 0,66 

3/5 = 0,60 

5/8 = 0,625 

8/13 = 0,615 

13/21 = 0,619 

21/34 = 0,618 

34/55 = 0,618 

 

Fonte: Elaborado pelo autor 

Dessa forma, as ondas obedecem às relações básicas da série de Fibonacci, que são: 0,618 (61,8%) e 0,382 (38,2% = 100% – 61,8%). Outros percentuais fornecidos pela série também são utilizados, como 50% e 23,6%/78,6%, porém, o usual é utilizar 38,2%/61,8%. 

  

Figura – Ondas e relações básicas de Fibonacci. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Os movimentos de queda e de alta apresentam percentual de variação. Sabemos que que a série de Fibonacci nos dá padrões, como 50%/50% ou 38,2%/61,8%. 

  

Nota: A proporção 0,618 é o arredondamento de 1,61803398875, e recebe diversos nomes, entre eles: proporção áurea, número de ouro, proporção de ouro, divina proporção, entre outros nomes. Ela é uma constante real algébrica irracional atrelada à letra grega Φ (Phi). 

6 Resumo CNPI: Padrões Candlestick 

PADRÕES DE CANDLESTICK 

6.1 NOMENCLATURA E FIGURAS BÁSICAS  

Os candlestick são representações gráficas que apresentam diversas informações sobre o ativo. Devido ao seu formato peculiar há padrões que podem ser identificados exclusivamente com o seu uso. Por representar o máximo, mínimo, fechamento e abertura do mercado é possível observar a direção da força do mercado apenas em um candle. Diante disso, o analista que busca observar padrões especificamente nos gráficos de candlestick devem observar: 

  

Tamanho das velas 

  

  

Tamanho da sombra; 

  

  

Posição do preço no fechamento da vela. 

  

 

A observação desses três fatores indicará se houve força de algum grupo de participantes do mercado (compradores/vendedores), fraqueza de um deles (compradores/vendedores) ou equilíbrio entre eles. 

A seguir será representada cada uma dessas características considerando cada candle um pregão (candle diário). Caso haja força dos compradores, haverá assim um candle de alta. Nesse caso, o fechamento do pregão será próximo da máxima do dia, além disso, o corpo do candle será grande em relação à sombra. Observe: 

 

Figura – Candle de alta. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Já caso o candle represente a força dos vendedores o corpo também será grande em relação à sombra, porém, o fechamento será próximo da mínima. Observe: 

  

Figura – Candle de baixa. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

 

No entanto, os candles podem indicar fraqueza de um dos grupos de negociadores. Caso a fraqueza seja do grupo de compradores, o candle será curto com uma grande sombra superior e com fechamento próximo da mínima do dia. Observe o exemplo: 

 

Figura – Corpo pequeno candle de baixa. 

 

 Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

A fraqueza também pode advir dos vendedores. Nesse caso, o candle apresenta um corpo pequeno, sombra inferior alongada e fechamento próximo da alta. Veja: 

 

Figura – Corpo pequeno candle de alta. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

6.2 PADRÕES DE REVERSÃO ALTISTAS 

Os padrões de reversão são figuras compostas por dois ou mais candles que indicam a mudança da tendência dos preços. Os padrões de reversão de alta são aqueles que sinalizam o encerramento de um período de baixa e a reversão para um de alta. Já os padrões de reversão de baixa sinalizam o encerramento de um período de alta e a reversão para um de baixa. 

Para ilustrar esses métodos, segue uma demonstração. Nela os candles vermelhos representam baixa, os candles azuis representam alta e os candles verdes significam que pode ser um candle de baixa ou de alta. Além disso, os riscos retos indicam que pode ser qualquer candle que se posicione na forma apresentada. 

 

DICA PARA OS PADRÕES DE ALTA: os ditos de continuação indicam a continuação de uma tendência de alta e os padrões de alta ditos de reversão indicam o fim de uma tendência de baixa e o início de uma tendência de alta. Se tiver dúvidas sobre como diferenciar os dois, observe que os padrões de reversão de alta geralmente se iniciam para baixo enquanto os padrões de continuação de alta geralmente se iniciam para o alto. 

  

Figura – Bebê abandonado de alta (Abandoned baby). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: alta 
  • Padrão: reversão 

  

 

 

Figura – Bebê engolido de alta (Concealing Baby Swallow). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: alta (de rara observação) 
  • Padrão: reversão 

  

Figura – Estrela da manhã (Morning Star). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: alta 
  • Padrão: reversão 

  

 

Figura – Três por dentro de Alta (Three Inside Up). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: alta 
  • Padrão: reversão 

  

Figura – Três por fora de alta (Three Outside Up). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: alta 
  • Padrão: reversão 

  

 

 

 

Figura – Chute de Alta (Bullish Kicking). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: alta (raro de se observar) 
  • Padrão: reversão 

  

Figura – Doji estrela da manhã (Morning Doji Star). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: alta 
  • Padrão: reversão 

Figura – Três Soldados Brancos (Three White Soldiers) – (confiabilidade alta). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: alta 
  • Padrão: continuação 

  

6.3 PADRÕES DE REVERSÃO BAIXISTAS 

Assim como os padrões de alta anteriores, os padrões de baixa de continuação indicam a continuação de uma tendência de baixa e os padrões de baixa ditos de reversão indicam o fim de uma tendência de alta e o início de uma tendência de alta. Caso tenha dúvidas sobre como diferenciar os dois, observe que os padrões de reversão geralmente se iniciam para o alto enquanto os padrões de continuação geralmente se iniciam para baixo. Observe os padrões de reversão de baixa: 

 

Figura – Bebê abandonado de baixa (Abandoned Baby Bearish). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

Características: 

  • Confiabilidade: alta 
  • Padrão: reversão 

 

Figura – Nuvem negra (Dark Cloud Cover Bearish). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: alta 
  • Padrão: reversão 

 

Figura – Três Corvos Idênticos (Identical three crows bearish). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

 

Características: 

  • Confiabilidade: alta 
  • Padrão: reversão 

  

 

 

Figura – Salto para baixo (Kicking Bearish). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: alta 
  • Padrão: reversão 

Figura – Engolfo de baixa (Engulfing Bearish). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: alta 
  • Padrão: reversão 

  

 

 

 

 

Figura – Doji Estrela da Manhã de Baixa (Morning star doji bearish). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: alta 
  • Padrão: reversão 

  

 

Figura – Estrela da noite de baixa (Evening star bearish). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: alta 
  • Padrão: reversão 

 

Figura – Three outside down bearish. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: alta 
  • Padrão: reversão 

 

6.4 PADRÕES DE CONTINUIDADE  

Como dito anteriormente, os padrões de continuação de alta geralmente se iniciam para baixo. Observe os padrões de continuação de alta (observação: neles também há indicação do grau de confiabilidade): 

 

Figura – Aperto do Mat (Mat Hold). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: alta 
  • Padrão: continuação 

Figura – Três Métodos de Alta (Rising Three Methods). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: alta 
  • Padrão: continuação 

 

Figura – Linhas Brancas Lado-a-lado na Alta (Side By Side White Lines) – (confiabilidade alta). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: alta 
  • Padrão: continuação 

 

Figura – Gap de Alta de Três Métodos (Upisde Gap Three Methods). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: moderada 
  • Padrão: continuação 

  

Figura – Gap de Alta de Tasuki (Upside Tasuki Gap). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: moderada 
  • Padrão: continuação 

 

Figura – Três linhas de alta (Three Line Strike). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: baixa 
  • Padrão: continuação 

  

Figura – Linha de Separação de Alta (Bullish Separating Line). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: baixa 
  • Padrão: continuação 

  

 

 Há ainda padrões de continuidade BAIXISTA, observe-os: 

 

Figura – Três Métodos de Baixa (Falling three methods bearish). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

Características: 

  • Confiabilidade: alta 
  • Padrão: continuação 

Figura – In Neck Bearish. 

  

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: moderada 
  • Padrão: continuação 

  

 

Figura – Três Métodos de Queda (Downside Three Methods). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: moderada 
  • Padrão: continuação 

  

Figura – Gap de Baixa de Tasuki (Downside Tasuki Method Bearish ou Downside Tasuki Gap). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: moderada 
  • Padrão: continuação 

Figura – On Neck Bearish 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

Características: 

  • Confiabilidade: moderada 
  • Padrão: continuação 

  

Figura – Linhas Brancas Lado-a-lado na Baixa (Side By Side White Lines Bearish). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

Características: 

  • Confiabilidade: moderada 
  • Padrão: continuação 

  

Figura – Linha de Separação de Baixa (Separatin Lines Bearish). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Características: 

  • Confiabilidade: baixa 
  • Padrão: continuação 

 

 

7 Resumo CNPI: Indicadores 

INDICADORES 

7.1 MÉDIAS MÓVEIS, CRUZAMENTO, BANDAS DE BOLLINGER. 

Uma das formas de captar essas características dá-se através de indicadores, que fazem parte da análise computadorizada, e que também são aproveitados pelos analistas gráficos para estabelecer padrões de compra e venda. Esses indicadores são calculados conforme o movimento dos preços, e cabe ao analista avaliar qual será o possível movimento dos preços com base nos padrões anteriores. 

Esses indicadores são chamados de indicadores técnicos. São obtidos através das propriedades matemáticas das séries de preços dos ativos. As principais informações utilizadas para a elaboração dos indicadores técnicos são: 

  • Média; 
  • Desvio Padrão; 
  • Máximos; e 
  • Mínimos. 

 

Através dos indicadores, torna-se possível determinar uma estratégia para os preços de compra e venda dos ativos. Entre os indicadores mais utilizados, é possível listar: 

  • Média móvel; 
  • Média móvel exponencial; 
  • Índice de força relativa; 
  • Momento; 
  • Moving Average Convergence/Divergence (MACD); 
  • On Balance Volume (OBV); 
  • Entre outros. 

 

  • Média Móvel Simples 

A média móvel é a média de um período anterior ao observado, cujo período tende a variar ao longo do tempo conforme o ponto do tempo observado. A representação matemática da média móvel (ou média móvel simples) é: 

 

Em que: 

  • M é a média móvel; 
  • x é a série temporal (ativo observado); 
  • τ é o período utilizado para o cálculo da média móvel; 
  • t é o instante observado; e 
  • ∑ é o somatório (de soma). 

A média móvel é basicamente uma fila de médias em que os preços mais recentes substituem os mais antigos. Quando uma média móvel cresce, significa que o último preço a ser incorporado à média é maior que o mais antigo. 

Quanto maior o τ, mais a média móvel será defasada em relação ao instante observado. No entanto, essa defasagem permite que seja observado se existe uma tendência, pois quanto maior é o prazo da média móvel, maior é a o prazo da tendência observada. Para ilustrar, usaremos a PETR4 para todos os exemplos posteriores de média móvel. Observe a diferença entre uma linha desenhada para a média móvel para 5 dias (verde) e para 20 dias (amarelo): 

 

Figura – Média móvel para 5 e 20 dias. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

Usá-la permite que a análise de preços dê menos peso às oscilações momentâneas e mais peso ao comportamento da série como um todo. Quanto maior o período analisado, menos peso as oscilações momentâneas possuem. Veja de modo destacado: 

 

Figura – Oscilações momentâneas. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

É comum a utilização de duas médias móveis para a análise: uma de período curto e outra de período longo. A média móvel de período curto (MC) indica o consenso do mercado no curto prazo (5 dias, por exemplo), e a média móvel de período longo (ML) indica o consenso de longo prazo (20 dias, por exemplo). 

As análises estratégicas baseadas nas médias móveis observam geralmente o cruzamento (também chamado de crossover) entre essas duas linhas (que, neste caso, seria um double crossover e, caso estivessem sendo usadas três medias móveis, triple crossover). Basicamente: 

Quando uma MC cruza a ML de baixo para cima, um ponto de compra é indicado. Observe um ponto de compra: 

 

Figura – Exemplo de ponto de compra. 

 

Fonte: Elaborada pelo autor. 

  

 

Já para a venda, a média móvel de curto prazo cruza de cima para baixo a de longo prazo: 

  

Figura – Exemplo de ponto de venda. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

 

 

  • Média Móvel Exponencial 

A média móvel exponencial se diferencia da média móvel simples (ou aritmética) apenas no cálculo da média. Ela existe para diminuir a quantidade de cruzamentos e deixar mais claro os momentos de compra e venda. Basicamente é uma média ponderada dos instantes passados. Ela pode ser representada por: 

 

Nessa formulação, α é um peso atribuído aos instantes no tempo. Conforme o α (uma constante), pode ser dado um peso maior ou menor aos preços mais recentes, o que torna essa média muito mais flexível para se adaptar às necessidades de análise. Geralmente α assume o valor 2/(n+1). 

O α assume valores entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, maior é o peso dado às informações recentes; já quanto mais próximo de 0, menor é o peso dado às informações recentes e maior é o peso dado às informações passadas. Geralmente, é utilizada uma média móvel exponencial com maior peso para as informações recentes. 

Da mesma forma que a média móvel simples, a média móvel exponencial emite sinais de compra ou venda conforme a dinâmica apresentada para o cruzamento entre a linha de curto prazo e de longo prazo. 

  

  • Bandas de Bollinger 

Anteriormente, foram apresentados indicadores que utilizam a média como principal informação. Porém, o analista também pode utilizar a volatilidade (variações nos preços do ativo) como fundamento informacional. Na prática, se um título varia significativamente de preço em um período curto de tempo, ele pode ser considerado volátil.   

Um dos principais indicadores que permite a análise de volatilidade são as Bandas de Bollinger. Trata-se de linhas que envolvem as variações dos ativos. A análise de Bandas de Bollinger utiliza duas linhas: uma superior e uma inferior. Essas linhas envolvem as variações do ativo conforme o desvio padrão em relação à média móvel utilizada como referência. Essa média móvel pode estar ou não visível no gráfico. Observe um exemplo de Bandas de Bollinger (linhas em roxo τ=5): 

 

  

Figura – Exemplo de Bandas de Bollinger. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

Como é possível observar, as Bandas envolvem as variações dos ativos. Em determinados momentos, elas se estendem caso o preço do dia se comporte de forma muito discrepante em relação aos dos dias anteriores (a média móvel). Observe as Bandas em relação à média móvel para 5 dias: 

 

Figura – Bandas de Bollinger em relação à média móvel. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Para o cálculo das Bandas de Bollinger, geralmente são utilizadas as médias móveis simples de até 20 dias. Para o cálculo das Bandas se Bollinger, pode ser utilizada a seguinte nomenclatura: 

  • Linha central LC (geralmente M, que é a média móvel); 
  • Bs: banda superior; 
  • Bi: banda inferior; 
  • τ: período utilizado para o cálculo da média móvel; 
  • t: instante observado; 
  • Σ é o somatório; e 
  • n: quantidade de desvios padrões utilizados. 

  

Assim, a fórmula para a banda superior é: 

 

Já a fórmula para a banda inferior é: 

 

 

7.2 CONCEITO DE MOMENTUM, SOBRECOMPRA, SOBREVENDA E DIVERGÊNCIA. 

Anteriormente foram apresentados indicadores que se utilizam das médias e do desvio padrão para a tomada de decisão. Entretanto, há análises baseadas na capacidade de aceleração do preço ou volume da série financeira, ou seja, é um índice de mudança dos preços. Os indicadores baseados nessas informações são chamados deindicadores de momentum. 

 

 

Entre os indicadores que utilizam essas informações, podem ser destacados os seguidores de tendência e os osciladores. Alguns dos principais exemplos são: 

 

Figura – Principais exemplos de indicadores de momentum. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

O momentum é, simultaneamente, um oscilador e um seguidor de tendência e pode ser representado pela seguinte expressão: 

 

Isto é, o momentum é a diferença entre o preço de fechamento no instante atual em relação aos preços de fechamentos dos períodos anteriores. Geralmente é adotado 5 ou 10 períodos anteriores. 

Para que o momentum seja utilizado corretamente é preciso comparar o valor atual com o seu histórico. Para isso, é preciso saber que: 

  • Se o ativo apresentou um período de intensa valorização e de forma prolongada, diz-se que está sobrecomprado; 
  • Se o ativo apresentou um período de intensa desvalorização e de forma prolongada, diz-se que está sobrevendido. 

Quando o momentum está no fundo e começa a subir, indica compra; já quando está no topo e começa a cair, o momentum indica venda. Para se ter clareza de como identificar esses momentos, no gráfico é apresentada uma linha superior e inferior à linha de momentum. 

Se o momento cruza a linha superior (que representa a zona de sobrecompra), é o momento de venda; caso ele cruze a linha inferior (que representa a zona de sobrevenda), trata-se do momento de compra. Observe: 

 

Figura – Linha de momentum e momento de compra e de venda. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

É possível, assim, traçar linhas de tendência para o próprio indicador de momentum e antecipar movimentos de preços: 

 

Figura – Linhas de tendência para o indicador de momentum. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Desse modo, é possível traçar linhas de tendência para o próprio indicador de momentum e antecipar movimentos de preços. A tendência é observada quando o indicador acompanha o próprio preço. 

No entanto, é possível que o indicador não acompanhe o preço. Nesse caso, há divergência. As divergências, nesse contexto, são as diferenças entre os preços e os indicadores. Elas sinalizam a reversão de tendência nos preços e possibilitam consolidar os momentos de encerramento das operações. As divergências podem ser altistas ou baixistas e são classificadas conforme o nível de força (confiabilidade): 

  • Divergência Altista   
  • De maior força (tipo A): quando os preços fazem um fundo ainda mais baixo que o anterior (tendência de baixa), enquanto o indicador faz um fundo mais alto que o antecedente. Portanto, indica uma possível alta em momentos posteriores (reversão de tendência). Obs.: Maior confiabilidade. 
  • De maior força (tipo B): quando os preços fazem um fundo duplo enquanto o indicador não faz um fundo mais baixo que o anterior. Assim, indica uma possível alta em momentos posteriores (reversão de tendência). Obs.: Média confiabilidade. 
  • De maior força (tipo C): quando os preços fazem um fundo ainda mais baixo que o anterior (tendência de baixa), enquanto o indicador faz um fundo duplo. Esse indicador indica mais uma estagnação do que uma reversão. Obs.: Baixa confiabilidade para reversão. 
  • Divergência Baixista   
  • De maior força (tipo A): quando os preços fazem um topo ainda mais alto que o anterior (tendência de alta), enquanto o indicador faz um topo mais baixo que o anterior. Portanto, indica uma possível baixa em momentos posteriores (reversão de tendência). Obs.: Maior confiabilidade. 
  • De maior força (tipo B): quando os preços fazem um topo duplo, enquanto o indicador não faz um topo mais alto que o anterior. Desse modo, indica uma possível baixa em momentos posteriores (reversão de tendência). Obs.: Média confiabilidade. 
  • De maior força (tipo C): quando os preços fazem um topo ainda mais alto que o anterior (tendência de alta), enquanto o indicador faz um topo duplo. Isso indica mais uma estagnação do que uma reversão. Obs.: Baixa confiabilidade para reversão. 

  

 

7.3 OSCILADORES: MOMENTO (ROC), ESTOCÁSTICO, IFR E MACD. 

  • Rate of Change 

Rate of Change (ROC) ou Taxa de Variação é um dos principais indicadores de oscilação, que mede a proporção de variação do preço do ativo. O ROC pode ser observado adiante: 

 

Assim, ROC é a razão entre o preço de fechamento no instante atual em relação aos preços de fechamentos dos períodos anteriores. Para analisar esse indicador, geralmente são utilizadas três linhas de referência: 

  • Linha Central (0% de variação); 
  • Linha de Superior (100% de variação); e   
  • Obs.: não é um máximo intransponível. 
  • Linha de Mínimo (-100% de variação).   
  • Obs.: é um mínimo intransponível. 

  

Se o ROC apresenta crescimento, indica a manutenção de uma tendência de alta ou a diminuição da força de uma tendência de baixa. Já se o ROC apresenta decaimento, indica a manutenção de uma tendência de baixa ou a diminuição da força de uma tendência de alta. Resumidamente: 

  

ROC > 0: há uma tendência de alta ou perda de força de uma tendência de baixa. 

 

 ROC < 0: há uma tendência de baixa ou perda de força de uma tendência de alta. 

 

Assim, é sinalizada a oportunidade de compra quando o ROC cruza a linha 0 de baixo para cima. Já quando o ROC cruza a linha 0 de cima para baixo, indica oportunidade de venda. 

 

 

Figura – ROC e oportunidade de compra e venda. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

  • Estocástico 

O estocástico é um oscilador que capta a capacidade de as forças de compra/venda encerrarem o período gráfico próximo do máximo ou do mínimo. Por exemplo, capta a capacidade da pressão compradora de encerrar um pregão próximo da máxima observada em um período de tempo anterior. 

A fim de se obter o estocástico, é necessário construir duas linhas. A primeira delas é chamada de linha rápida, a qual é representada da seguinte forma: 

 

Nessa fórmula, xt representa o preço de fechamento de um pregão, enquanto Mínτ equivale à mínima de um período τ anterior a ele, e Mαx representa a máxima de um período τ anterior. 

Já a linha lenta (ou suave) é uma média móvel da linha rápida. Ela pode ser escrita da seguinte forma: 

 

Ou: 

 

Diferentes períodos podem ser adotados para a soma representada pela linha lenta, mas geralmente são realizadas as somas de 3 dias (n=3) da %K. Ou seja, são somados 3 dias da %K, que são divididos por 3. Dessa forma, a linha suave desconsidera mais as oscilações de curto prazo e representa melhor a tendência de longo prazo; enquanto a linha rápida representa melhor as oscilações de curto prazo, visto que concede maior atenção aos últimos acontecimentos. 

Essa análise usualmente é aplicada em períodos curtos de tempo, de 5 dias para a linha %K e 3 dias para a linha %D, indo geralmente até no máximo 10 dias observados. 

Há duas formas comuns de utilizar o estocástico na prática: o estocástico rápido e o estocástico lento. 

Estocástico rápido: é construído com base em duas linhas, %K e a %D, traçadas (mais sujeita às oscilações). 

 

Estocástico lento: é construído com base na linha %D traçada e em sua média móvel, que chamaremos de %M (a qual também pode ser de 3 dias). 

 

A fim de analisar o estocástico, são utilizadas linhas para determinar as sobrecompras e sobrevendas. Como o estocástico oscila entre 0 e 100%, é comum a utilização de zonas próximas desses limites, como 10/90, 15/85, 20/80, 30/70, entre outras. 

Caso o estocástico caia abaixo da linha de sobrevenda, é estabelecido o momento de compra. Caso ele suba acima da linha de sobrecompra, define-se o momento de venda. 

 

  • Índice de Força Relativa (IFR) 

O Índice de Força Relativa (IFR) é um dos indicadores mais utilizados. Esse indicador mede a “força do ativo”, ou seja, é utilizado para encontrar o ponto de exaustão do preço de um ativo. É calculado conforme a seguinte expressão: 

 

Nessa representação, o termo Mmaxτ representa a média dos dias de encerramento na máxima, e o termo Mminτ representa a média dos dias de encerramento na mínima. Ambos em relação ao período τ observado. Quanto menor é esse período, maior é a volatilidade do indicador (maior a oscilação do IFR). Esse indicador varia entre 0 e 100. 

Geralmente são adotados períodos de 9, 14 e 25 dias, mas esse critério é subjetivo e, assim como os demais indicadores citados, deve ser testado para diferentes períodos a fim de avaliar qual é mais adequado para o ativo analisado. Geralmente, o IFR é utilizado em conjunto com outras formas de análise. 

Para estabelecer o nível de compra ou venda, são utilizados os conceitos de sobrecompra e de sobrevenda. As proporções utilizadas para determinar essas linhas são subjetivas e também podem variar entre 10/90, 15/85, 20/80, 30/70, entre outras. Caso esteja acima da linha de sobrecompra, define-se o momento de venda; caso esteja abaixo da linha de sobrevenda, configura o momento de compra. Observe: 

 

Figura – Sobrecompra e sobrevenda. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

Nele as divergências também estão presentes e constituem importantes indicadores de tendências. Assim como nos casos anteriores, a diferença entre o sentido do IFR e dos preços pode indicar reversão para a compra (caso os preços indiquem baixa e o IFR alta – para a divergência A) ou reversão para venda (caso os preços indiquem alta e o IFR baixa – para a divergência A): 

 

Figura – Reversão para a compra e venda. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

  • Moving Average Convergence Divergence (MACD) 

O Moving Average Convergence Divergence (MACD) é um indicador que observa o comportamento entre duas médias móveis. Pode ser traduzido como “Convergência e Divergência de Médias Móveis”. Assim, esse é o indicador que utiliza, no mínimo, duas médias móveis para indicar momentos de compra ou venda. Sua formulação pode ser observada abaixo: 

 

Isto é, a linha do MACD é composta pela diferença entre uma média móvel de curto prazo e uma média móvel de longo prazo. Geralmente, a média móvel utilizada é exponencial, sendo a MME de 12 dias utilizada para o curto prazo e a MME de 26 dias utilizada para o longo prazo. 

Além disso, há um outro elemento: uma linha de sinalização (Ms) que é composta por uma média móvel exponencial de prazo ainda mais curto (geralmente 9 dias). Essa linha pode apresentar pontos com três valores distintos: 

Caso MACD > 0: A MC > ML A, logo o mercado está otimista sobre os movimentos seguintes nos preços. 

Caso MACD < 0: A MC < ML A, logo o mercado está pessimista sobre os movimentos seguintes nos preços. 

 Caso MACD = 0: A MC = ML A, equilíbrio. Não há definição para o humor do mercado. 

 

Figura – Moving Average Convergence Divergence (MACD). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

A fim de estabelecer momentos para a compra ou venda, é necessário observar a linha de sinalização, pois esse indicador não é particularmente útil para identificar compra ou vendas baseadas nas áreas de sobrecompra ou sobrevenda. Ainda assim, caso o MACD esteja muito alto, significa que a pressão compradora está muito acima do histórico, o que indica uma possível sobrecompra; assim como se o o MACD estiver muito baixo, indica uma possível sobrevenda. 

Caso o MACD cruze de baixo para cima a linha de sinalização, é apontado um momento para a compra; já quando o MACD cruza a linha de sinalização de cima para baixo, um momento para a venda é indicado. Uma das formas de compará-las é através do histograma:  

 

O histograma é positivo quando a linha MACD está acima de sua linha de sinalização e é negativo quando a linha MACD está abaixo desta linha. 

 

7.4 OBV (ON BALANCE VOLUME). 

On Balance Volume (OBV) é um indicador de momentum que se utiliza das variações do volume para identificar se ele está entrando ou saindo em momentos de pico ou declínio do volume. Esse indicador é representado pela seguinte fórmula: 

 

O xt indica o preço de fechamento no instante atual, e xt-1 no instante anterior. Por exemplo: xt = preço de fechamento hoje, e xt-1= preço de fechamento ontem. Dessa forma, o OBV dependerá do fechamento do instante analisado. Caso ele seja positivo, então o OBV do instante anterior é somado ao volume do instante analisado; caso negativo, o volume do instante é subtraído do OBV do instante anterior. Observe um exemplo: 

 

Figura – On Balance Volume (OBV). 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

A ideia de divergência também é aplicada a ele. Caso o preço apresente topos mais altos que os anteriores e o OBV não o acompanhe, é indicada uma possível reversão para uma baixa. Além disso, caso o preço apresente um fundo mais abaixo que o anterior, mas o OBV não o acompanhe, é indicada uma possível reversão para uma alta. 

 

 

8 Resumo CNPI: Gerenciamento de Risco 

GERENCIAMENTO DE RISCO 

8.1 FUNDAMENTOS DE RETORNO X RISCO 

Em finanças é sabido que quanto maior é o retorno de um investimento maior é o risco associado a ele. Essa associação, que apresenta ressalvas, também se aplicada à análise técnica. Por exemplo, quanto maior é a volatilidade tolerada pelo analista para atingir o preço estabelecido como meta (preço alvo) maior é a possibilidade de alcançá-lo em determinado momento. Caso o analista não aceite determinada volatilidade, é capaz de ele sair do ativo antes de atingir o preço alvo. Veja o exemplo a seguir: 

  

Figura – Exemplo de volatilidade. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Observe que o analista determinou um preço mínimo a ser tolerado. Caso o ativo caia até determinado nível, ele vende o ativo e assim diminui o risco de maiores perdas. Todavia, caso ele tivesse uma tolerância maior, ele poderia ter alcançado o preço alvo maior e assim ter tido o ganho almejado. Veja o exemplo: 

 

 

Figura – Tolerância maior de volatilidade. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Assim, fica claro que o aumento do risco tolerado pelo analista aumenta consequentemente as chances de maiores retornos do investimento. Porém, essa estratégia poderia não ser bem-sucedida, ou seja, os sinais do ativo poderiam ser falsos e em seguida ter uma reversão para baixa. 

Sempre deve ter um limite para as perdas toleradas pelo analista. Ou seja, toda estratégia de investimento deve considerar o limite para as perdas dela. Como no caso do investimento em períodos curtos de tempo o investidor tem pouco tempo para constantemente acompanhar o ativo, é aconselhável determinar limites automáticos para as perdas. Esses são os chamados stops (paradas). Os Stops são as ordens utilizadas para limitar as perdas ou garantir os lucros das operações realizadas. Há diversas ordens programáveis pelo investidor no home-broker, entre elas: 

 

  • Start 

As ordens de Start são aquelas que indicam um momento de compra quando houver reversão de tendência em um ativo. Nela é definido uma diferença de preço que efetuará o disparado da ordem (irá iniciar a ordem programada).  Por exemplo, um ativo estava em queda e o analista identifica uma possibilidade de reversão, portanto, ele orienta os investidores que programem uma ordem de compra para quando o ativo subir de R$17,00 para R$ 17,60. Essa ordem será então a ordem de Start. Assim, o Start sinaliza uma entrada em um determinado momento. Dessa forma há dois preços: 

  • Preço de disparo: preço em que o Start será ativado; 
  • Preço limite (ou preço de compra): o valor em que será realizada a compra. 
  • Stop Loss 

Os stop’s são, portanto, formas de limitar perdas em uma única operação. Perdas essas que poderiam ser transformadas em um investimento em outro ativo que possa dar retorno. Ou seja, quanto mais tempo se “gasta” esperando o ativo se recuperar de uma perda, mais oportunidades são perdidas. Portanto, há um custo de oportunidade em “afundar” junto com um ativo. O principal deles é o Stop Loss, em que também há dois preços a serem definidos: 

  • Preço de disparo: preço em que o Loss será ativado; 
  • Preço limite (ou preço de venda): o valor da venda mínimo a ser realizado. 

Stop Loss é uma ordem para vender uma ação caso ela atinja determinado preço, com o objetivo de limitar as perdas incorridas. Por exemplo, imagine que você comprou uma ação quando ela estava cotada em R$ 20,00, você pode colocar uma ordem stop loss para que ela seja vendida caso o seu preço se reduza para R$ 15,00, limitando as suas perdas em 25%. Similar ao stop loss, também é possível estabelecer uma ordem que define o montante de valorização de uma ação. Por exemplo, se você comprar uma ação a R$ 20,00, é possível emitir uma ordem para que ela seja vendida caso o seu valor supere os R$ 25,00. 

  

  • Stop Gain 

Já o Stop Gain objetiva assegurar um lucro definido pelo analista. Nela também é definido um preço limite inferior ao disparo, contudo, o objetivo nesse caso é limitar a queda na lucratividade, portanto, esses preços estão acima do preço no instante em que a ordem é colocada (diferente do Stop Loss, em que os preços limite/disparo estão abaixo do preço no instante em que são colocados). Por exemplo, o investidor comprou uma ação por R$ 15,00 e há uma previsão de chegue até no máximo R$ 18,00, portanto, ele define um Stop Gain com disparo em R$ 18,00 e uma venda em R$ 17,80. 

  

  • Stop Simultâneo 

Por fim, há o Stop Simultâneo que consiste em colocar tanto uma ordem de Stop Gain quanto uma ordem de Stop Loss, assim, definindo uma faixa para a variação do ativo conforme uma estratégia definida. Observe que todas as ordens citadas anteriormente não são colocadas por acaso. Todas elas dependem de uma estratégia definida para as operações. 

 

 

8.2 DEFINIÇÃO DE OBJETIVO E STOP. 

Para se definir o Stop, é preciso estabelecer qual é o preço que sinaliza que a operação fracassou. Esse preço pode ser definido de diversas formas. Entre elas: 

  • Stop Rígido 

O Stop rígido pode ser definido como a determinação de um valor fixo abaixo da cotação no instante da compra do ativo. Esse valor é uma diferença de preço fixo abaixo da cotação do ativo. Por exemplo, o analista pode determinar que o Stop Loss estará sempre R$ 2,00 abaixo do preço de entrada em um ativo específico. Essa é a forma mais simples de determinar o Stop, mas uma das menos eficientes, posto que nem sempre um valor fixo adequa-se à volatilidade do ativo e a seu nível de preço. 

  • Average True Range (ATR) 

Já o Alcance Médio Verdadeiro Average True Range (ATR) – é a definição do Stop segundo um percentual de variação. Ele utiliza a medida de volatilidade de um período como forma de estabelecer o limite do Stop. Nele usa-se geralmente a diferença absoluta correspondente ao maior número entre as três medidas citadas adiante: 

  • Diferença entre o máximo e mínimo atual; 
  • Diferença entre o máximo atual e o fechamento anterior; 
  • Diferença entre o mínimo atual e o fechamento anterior. 

Essa diferença é calculada para um período, normalmente 20 instantes do tempo. Após isso, é feita uma média. O percentual desta é utilizado em relação ao preço atual para se estabelecer o Stop a ser utilizado 

  • Múltipla Máxima/Mínima do Período 

Na múltipla máxima/mínima do período, usa-se simplesmente a máxima ou a mínima de um número de períodos determinado, por exemplo, a mínima de 2 períodos anteriores. 

  • Fechamentos Abaixo/Acima de Níveis de Preço 

Nos fechamentos abaixo/acima de níveis de preço, simplesmente utiliza-se o preço de rompimento de um suporte/resistência. No caso do Stop Loss para uma compra, utilizar-se-á o preço do rompimento da última resistência. Outra estratégia, nesse sentido, é estabelecer o Stop conforme as ondas captadas por Fibonacci. Caso seja possível identificá-las, basta colocar o Stop conforme o encerramento das ondas da tendência de alta (onda 12345 para a compra) antes que se reverta para as ondas ABC. 

  • Stop com Saída Confirmada por um Indicador 

Por fim, no caso do Stop com saída confirmada por um indicador, define-se o Stop conforme um indicador de força ou fraqueza do mercado, como um indicador de momentum (IFR, por exemplo). 

 

8.3 STOP MÓVEL 

O Stop Móvel é uma alternativa de stop para os analistas que desejam definir uma regra para que o stop loss se movimente conforme mudanças nos preços do ativo. Por exemplo, suponha um ativo que se valorize constantemente durante vários dias, é interessante então ajustar a ordem de stop conforme prossegue a tendência de alta. Nesse caso, stop móvel ajusta automaticamente o stop conforme essa tendência ocorra. É importante destacar que esse ajuste só ocorre para cima quando se opera comprado em um ativo. Assim, no stop móvel você precisa definir 4 fatores: 

 

Figura – 4 fatores do Stop móvel. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

  

Para ilustrar isso, suponha um ativo cujo preço de compra é de R$ 10,00 e se valorize para R$ 12,00. Ao chegar nesse patamar de preço ao invés de vender é decidido atribuir um stop móvel, ou seja, é esperado que o ativo se valorize ainda mais. Através dessa ação é garantida parte da lucratividade adquirida e, além disso, é aproveitada a oportunidade de maior valorização. 

Suponha que no caso anterior o analista utilize um preço de disparo de R$ 11,50 e um preço de venda de R$ 11,30. Esses dois preços definidos inicialmente nunca mudam, e são fixos. Ou seja, não variam conforme o stop móvel se movimenta. O stop só se moverá a partir do início do stop móvel. Assim, o analista decide que o preço de início da função móvel é R$ 12,50 e o ajuste de preço do stop, que pode ser de R$ 0,10.  Então, R$ 12,50 é o preço de início do Stop Móvel, e depois desse preço começa o ajuste de preço do stop e conforme o disparo, que passa a ser acrescido de R$ 0,10. Portanto, ao preço de R$ 12,50 o disparo (Não o inicial) passa ser R$ 11,60 e o preço de venda (Não o inicial) passa a ser R$ 11,40, depois disso, aumentos de R$ 0,01 no preço são acompanhados de aumentos de R$ 0,11 no disparo e no preço de venda. Lembre-se: o stop móvel só ajusta para cima nesse caso. 

 

9 Resumo CNPI: Estratégias Operacionais 

ESTRATÉGIAS OPERACIONAIS 

9.1 SEGUIDOR DE TENDÊNCIA E CONTRA TENDÊNCIA 

Quando o mercado está em uma tendência clara (diagonal positiva ou negativa), geralmente, usa-se algum seguidor de tendência. Os seguidores de tendência são ferramentas que facilitam a visualização da direção do mercado, como as médias móveis. Já quando o mercado está andando horizontalmente é mais indicado utilizar um oscilador, como o MACD. No entanto, para que a operação não seja contaminada por falsas interpretações sobre a tendência analisada, foram desenvolvidos indicadores que demonstram a força da tendência. Para isso, é necessário ter em mente alguns conceitos ainda não apresentados. Há dois indicadores amplamente reconhecidos que auxiliam na determinação da tendência. São eles: 

Direcional Positivo (DI+) ou Plus Directional Indicator (+DI) 

  

 Direcional Negativo (DI-) ou Minus Directional Indicator (-DI) 

 

Ambos os indicadores são osciladores que variam entre 0 e 100 e são calculados para períodos de, em média, 14 dias. Se a diferença entre o DI- e o D+ for pequena (cerca de 20 pontos ou menos) o mercado está na “horizontal”, ou seja, não há uma tendência bem definida. Caso haja diferenças significativas (cerca de 40 pontos ou mais) entre eles, é indicado uma tendência. É importante destacar que esse oscilador não é indicado para a definição de pontos de compra, mas sim, para a definição da direção do mercado. Contudo, alguns analistas utilizam o cruzamento entre o DI+ e o DI- para indicar momentos de compra ou venda. Nesse caso, se o D+ cruzar o DI- de baixo para cima é indicado compra. Já caso o D- cruzar o D+ de baixo para cima é indicada venda. Mas como é encontrado o DI- e o D+? Para responder, primeiro é preciso saber se movimento é direcional para cima ou para baixo. Para isso, basta comparar a diferença entre dois máximos consecutivos e a diferença entre os dois mínimos consecutivos. Quando: 

  • a diferença entre os máximos for maior que a diferença entre os mínimos é dito que o movimento é direcional positivo 
  • a diferença entre os mínimos for maior que a diferença entre os máximos é dito que o movimento é direcional negativo. 

  

Considerando o segundo dia como D2 e o primeiro dia como D1, observe: 

Se [máx (D2) – máx (D1)] _gt_ [min (D2) – min (D1)]: O Movimento é considerado “Movimento Direcional Positivo – MDP” e é considerado [máx (D2) – máx (D1)] e descartado o [min (D2) – min (D1)]. 

  

Se [máx (D2) – máx (D1)] _lt_ [min (D2) – min 9D1)]: O Movimento é considerado “Movimento Direcional Negativo – MDN” e é considerado [min (D2) – min (D1)]. e descartado o [máx (D2) – máx (D1)]. 

 

Contudo, isso só vale se pelo menos um dos valores não é negativo. Caso (máxD2 – máxD1) ou (minD2 – minD1) dê um valor negativo, o valor negativo é desconsiderado. Caso ambos deem negativo, o movimento não é considerado direcional. Veja os candles a seguir: 

Figura – Candles. 

 

Fonte: Elaborado pelo autor. 

 

No primeiro candle (D1) temos: 

 

 

No segundo candle (D2) temos: 

 

  

Então o cálculo será: 

[máx (D2) – máx (D1)] = (20,04 – 20,95) = -0,91 

  

 [min (D2) – min (D1)] = (19,08 – 20,36) = -1,28 

 

Nesse exemplo demonstrado não é considerado um movimento direcional pois ambos os valores são negativos. Para encontrar a linha DI+, o movimento direcional positivo é então realizado para cerca de 14 dias e é dividido pelo True Range (TR) demonstrado no capítulo 8 e depois multiplicado por 100 para encontrar o valor percentual correspondente a linha (que como dito anteriormente, vai de 0 a 100). Já para encontrar a linha DI-, o movimento direcional negativo é também realizado para cerca de 14 dias e é dividido pelo TR e depois multiplicado por 100 para encontrar o valor percentual correspondente à linha. 

Agora que se sabe se há uma tendência ou se o mercado está andando na horizontal, é preciso saber a força dessa tendência conforme o direcionamento dela. Para isso, é utilizado o Indicador Direcional Médio ou Average Directional Index (ADX). O ADX depende do índice de movimento direcional (DX) que corresponde a: 

 

O ADX é basicamente a média do DX para os últimos 14 dias observados e também varia entre 0 e 100. Geralmente, se considera que a tendência é fraca quando o ADX apresenta valores inferiores a 25 ou se o ADX está acima das linhas DI+ e DI- simultaneamente. Caso isso ocorra, o analista pode suspeitar da real existência de uma tendência. Caso contrário, com ADX apresentando valores superiores a 40, é indicada a existência de uma tendência. 

A identificação da tendência influencia diretamente na estratégia utilizada, porém, essa estratégia também depende do prazo da operação. 

  

9.2 ESTRATÉGIAS DE LONGO, MDIO, CURTO E CURTÍSSIMO PRAZO. 

 

Período 

Rentabilidade 

Curtíssimo Prazo ( Scalper ) 
 

Minutos, horas 

Centavos de Ações 

Curto Prazo ( Daytrade ) 
 

Menos de dois dias 

05% a 3% 

Médio Prazo ( Swingtrade ) 
 

Poucos dias 

5% a 8% 

Longo Prazo ( Position ) 
 

Várias semanas ou vários meses 

10% a 20% 

 
Em caso de existência de uma tendência identificada é preciso se posicionar no mercado. Contudo, esse posicionamento e a própria análise dependerá do prazo da operação. Em trades mais longos é observado que o investidor: 

  • se posiciona conforme a tendência e é administrada a posição conforme a evolução dela através de stops, aumentos de posição, retirada de parte do investimento, etc. 
  • se usa ferramentas de avaliação de tendência como média móveis simples e ponderadas. 
  • identifica claramente a perda de força da tendência através de sinais como formações de candles específicas de reversão. 

Já em trades mais curtos é o investidor observa que: 

  • há claras existências de suportes e resistências. 
  • é mais comum o uso de osciladores para momentos sem clara identificação da tendência. São utilizadas bandas de Bollinger mais curtas. 
  • a reversão de tendência ocorre de forma mais brusca, como gaps. 

Diante do exposto anteriormente, fica claro que saber o prazo das operações realizadas é fundamental para a estratégia a ser definida. Assim, há conceitos comumente aplicados para diferenciar as operações conforme os prazos delas. Entre os termos utilizados é comum observar: 

  • Position; 

As operações classificadas como position são aquelas em que o investidor se mantém na posição por várias semanas ou até vários meses. Nessas operações, consideradas de longo prazo, o investidor não necessita ficar constantemente acompanhando o ativo e são utilizados gráficos com períodos diários, semanais ou até mensais. É importante destacar que essa position se difere do simples Buy and Hold (comprar e segurar). Ao realizar uma operação position é observado o momento de entrar e sair do ativo, portanto, não é apenas comprar e esquecer do ativo na carteira. Nas operações de position são buscados ganhos maiores que nas demais operações (de 10% até 20%) e não é necessário um alto volume para sair dos ativos (liquidez), observado que o investidor tem mais flexibilidade para definir o momento de saída dele. 

  • Swingtrade; 

Já no swing trade são utilizados prazos menores que o position (poucos dias) e é considerada de médio prazo. Nessas operações são buscados ganhos inferiores ao position, porém, ainda maiores que nas demais modalidades: entre 5% a 8% de retorno. Nessas operações são utilizados gráficos diários. O swing trade é considerado uma operação de médio prazo e se foca em observar momentos de reversão. A liquidez se torna mais importante nessas operações. Nessa operação há uma maior necessidade de observação do mercado do que no position, pois apesar de não precisar se “focar” exclusivamente no ativo adquirido, há uma necessidade maior de observação do mercado para encontrar oportunidades. 

  • Daytrade; e 

No day trade as operações ocorrem ao longo do próprio dia, ou seja, são abertas e encerradas no mesmo dia. Assim, não há day trade que comece em um determinado pregão e encerra no pregão do dia seguinte. Para as operações desse gênero são utilizados períodos gráficos de até 60 minutos e se foca em ativos com maior liquidez pois a diferença de minutos em um ativo pode significar a perda da lucratividade na operação. Devido a isso, é considerada de curto prazo. Os ganhos das operações de day trade são menores, entre 0,5% e 3% em um único dia e exige dedicação quase que exclusiva para o acompanhamento do mercado. O day trade oferece maior risco do que as operações anteriormente citadas, pois depende mais da liquidez e é passível de tributação e corretagem que podem inviabilizar os ganhos. Contudo, o ganho acumulado ao longo de diversos dias de operação tende a ser bom. 

  • Scalper. 

Por fim, o scalping é uma operação mais ativa que o day trade. Portanto, o scalper é considerado um investidor ainda mais agressivo que os demais. O scalper tende a fazer cerca de 15 vezes mais operações que um day trader comum (investidor que faz day trade). O maior foco dos scalpers está na redução considerável da exposição às perdas.  Para realizar operação desse gênero o investidor deve ter dedicação exclusiva às operações realizadas. No scalping o foco está em variações mínimas, como centavos em ações. Dessa forma, observam prazos curtíssimos e se utilizam de gráficos de poucos minutos e são altamente dependentes do volume negociado. 

  

9.3 COMBINAÇÃO DE DIVERSAS TÉCNICAS. 

Ao realizar um investimento é preciso estabelecer os limites de ganhos e perdas. Há duas formas para se definir isso: 

O método clássico: estabelecer uma ordem de venda para se proteger de perdas ou garantir ganhos conforme o conhecimento sobre a direção do mercado (identificadas com uma técnica) e as pretensões do investimento. 

Combinação de métodos: utilizar um mix de técnicas para definir um intervalo de preços de assim estabelecer os limites das operações realizadas. 

Por exemplo, um investidor busca fazer um position. Nesse caso é possível definir um objetivo de ganho conforme uma ferramenta como o Fibonacci, que demonstrará a posição do ativo no auge da estratégia e pode utilizar as médias móveis para observar a direção da tendência. Além disso, pode-se observar a movimentação dos preços através dos padrões candlestick.  Ou seja, um método é utilizado para definir a meta e outro método é utilizado para acompanhar a evolução do ativo. 

Depois disso, esse mesmo investidor decide fazer outra operação, porém, um day trade. Segundo o tópico anterior, ele pode substituir os padrões candlestick por osciladores e assim identificar o momento mais adequado para desfazer a posição através deles. Além disso, ele pode observar a evolução do ativo através de simples suportes e resistência. 

Observe que a combinação de ferramentas depende do ativo, da janela de tempo observada e da tendência observada. Caso, por exemplo, o ativo comece a andar de “lado”, sem uma tendência clara captada pelo ADX é recomendado que o investidor dê preferência por osciladores e busque por formações como Bandeiras. Essas formações são mais recorrentes em momentos de indecisão do mercado no curto prazo, assim, é importante observar se há gaps acompanhados pelos osciladores e volume, assim, indicando a direção do movimento. 

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