Diligência para a seleção de gestores de renda variável
O processo de diligência, também conhecido com Due Diligence, para a identificação, seleção e contratação de gestores de renda variável constitui-se na avaliação detalhada de informações e documentos disponibilizados pela gestora do fundo de investimento e por informações dos órgãos oficiais e reguladores, por exemplo: o desempenho dos fundos, a experiência dos gestores, a estrutura de gestão de riscos e os controles operacionais realizados.
Para a identificação dos fundos de investimento e, consequentemente, dos potenciais gestores, são avaliados diversos dados quantitativos e qualitativos com o histórico do desempenho dos gestores e seus respectivos fundos, tais como:
I – A rentabilidade;
II – A volatilidade (desvio padrão);
III – A idade e o tamanho dos fundos de investimento (total sob gestão);
IV – A liquidez do fundo;
V – Os indicadores de desempenho, com razões de eficiência de retorno e risco (Sharpe, Treynor, e Alfa de Jensen são as medidas de desempenho mais populares);
VI – O máximo drawdown (declínio do desempenho de um portfólio desde o valor máximo até o valor mínimo em uma determinada janela de tempo, ajudando a determinar o risco de um investimento ou de uma estratégia).
Além disso, também é averiguado um questionário de due diligence, no qual são analisadas detalhadamente diversas informações sobre as instituições e os fundos de investimento, tais como:
- Dados institucionais da empresa e dos fundos de investimento;
- Estratégias e filosofia de investimento;
- Critérios para tomada de decisões;
Cabe ressaltar que a criação de um questionário padrão de Due Diligence para fundos de investimento surgiu da demanda de distribuidores e gestores filiados à ANBID e ANDIMA (atualmente ANBIMA) e visa garantir maior racionalidade nos processos de diligência para a seleção e alocação de recursos em fundos de investimento, com o estabelecimento de um padrão único de questionário a ser utilizado nesses processos. O questionário surgiu como uma alternativa, não apenas para aperfeiçoar o processo de diligência, mas também para estabelecer um padrão genérico para os questionários, mas sem inibir trocas adicionais de informações (ANBIMA, 2016).
O questionário Due Diligence da ANBIMA é composto por três seções. A primeira contém perguntas para compilar informações sobre a empresa, como informações cadastrais, institucionais, dos recursos humanos, receitas da empresa e auditoria interna. A segunda seção contempla Informações sobre o Fundo de Investimento, tais como: gestão de risco, estratégias e carteiras, atribuição de performance do fundo, perfil e comportamento do fundo em crise. Por fim, a terceira seção apresenta resumos profissionais, como experiências profissionais, formação e certificação profissional.