O que é hiperinflação?
A hiperinflação é um fenômeno econômico caracterizado por taxas extremamente altas e aceleradas de inflação. A inflação é o aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços em uma economia ao longo do tempo. No entanto, quando a inflação atinge níveis extraordinariamente elevados, entrando em uma espiral fora de controle, ela é classificada como hiperinflação.
Qual País registrou a Maior Hiperinflação da História?
Hiperinflações são eventos destrutivos. Recentemente, o exemplo mais utilizado é o caso da Venezuela, que se estima que tenha chegado a ter uma inflação de 1.000.000% em 2018.
Ainda assim, o país não é o pior caso de hiperinflação da história (segundo alguns economistas para o país estar em um processo de hiperinflação, o país precisa estar registrando a cifra de 50% de inflação ao mês).
Segundo o professor Steve Henke, da Universidade Johns Hopkins, o caso da Venezuela é o 23º entre 58 casos registrados. Mas, se não é a Venezuela, qual foi a maior hiperinflação já registrada no mundo?
O recorde pertence à Hungria, que no ponto mais alto do fenômeno, em julho de 1946, chegou a ter os preços dobrando a cada 15 horas. Isto corresponde a uma taxa diária de aproximadamente 207%. Já em um ano, o valor alcançou 42 quatrilhões por cento (14 seguido de 15 zeros). E qual foi o motivo de ter sido tão elevada?
As raízes estão no final da Segunda Guerra Mundial. O regime do almirante Miklos Horthy era aliado dos alemães, mas orelacionamento não ia bem. As deportações de judeus para a Alemanha foram suspensas, o que desagradou a Hitler. A consequência foi a invasão nazista em março de 1944, obrigando Horthy a nomear um governo que tivesse maiores vínculos com os alemães. Apesar de ter saído do comando direto, ele permaneceu como regente.
Estas questões fizeram com que a Hungria tivesse um papel mais ativo no conflito mundial. Até então, a infraestrutrura havia sido pouco afetada. Ocupada pelos soviéticos e sujeita aos bombardeios dos americanos, entre o final de 1944 e meados de 1945, o país foi devastado.
Em 2000, os professores Peter Grossman e Janos Horvath, da Buttler University, calcularam que metade da capacidade industrial foi destruída. Ao todo, 90% foi afetada pela guerra. Na primavera de 1945, a produção de carvão tinha caído a 40% dos níveis pré-guerra e o de bauxita, matéria-prima do alumínio, a 1%. Somado a isso, 40% dos transportes não funcionavam. Além de que 50% da capital, Budabeste, estava destruída.
Piorando a situação, ao assinarem a paz com os Aliados, os húngaros foram obrigados a pagar pesadas reparações de guerra aos soviéticos, que chegavam a comprometer 50% do seu orçamento. Atrelado a isso, a política monetária húngara foi assumida pela Comissão de Controle dos Aliados, formada essencialmente por soviéticos. Autoridades do BC húngaro alertaram que a emissão desenfreada de moeda não teria bons resultados.
Vale trazer ainda que os húngaros também emitiram moeda para tentar reativar a economia, à medida que mantinham as taxas de juros bem baixas. Por consequência, o volume de dinheiro em circulação saltou. Assim, a situação somente foi se estabilizar em agosto de 1946, com a implantação de uma nova moeda: o forint.
Obviamente, o país foi obrigado a promover um enorme corte de zeros: quatrocentos octilhões de pengös, um número com 29 zeros, passaram a valer um forint. Por fim, vale trazer que o preço da hiperinflação foi caro, dado que os salários encolheram 80%, a pobreza aumentou e os credores perderam o que tinham emprestado.
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