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Auditoria Interna

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Auditoria Interna


Entendimento sobre a Função, Responsabilidades e Benefícios da Auditoria Interna em uma Empresa

De acordo com o Institute of Internal Auditors (IIA), fundação internacional que visa as boas práticas de auditoria interna, a auditoria interna pode ser definida como:

'Uma prática objetiva e independente que presta serviços de avaliação e consultoria e tem como objetivo adicionar valor e melhorar as operações de uma organização. A auditoria interna auxilia a organização a alcançar os seus objetivos por meio de uma abordagem sistemática e disciplinada para avaliação e melhoria da eficácia dos processos de gestão de riscos, de controle e governança corporativa.'

Assim, a auditoria interna tem um papel relevante dentro da governança corporativa. O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), nas suas recomendações presentes dentro do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, diz que:

'A auditoria interna deve reportar-se ao conselho de administração ou por meio do comitê de auditoria, se existente. Nas organizações em que não haja conselho de administração, a auditoria interna deve reportar-se diretamente aos sócios, de forma a garantir independência em relação à gestão e evitar conflito de interesses.

O conselho de administração, com o apoio do comitê de auditoria, deve participar ativamente do planejamento dos trabalhos de auditoria interna, aprovar o planejamento anual, analisar os resultados e monitorar a implementação das recomendações apresentadas pela auditoria interna. Relatórios deverão ser encaminhados à diretoria, com base em informações entregues ao comitê de auditoria e ao conselho.'

O conselho de administração tem a responsabilidade de garantir que os riscos da organização estão sendo gerenciados. Em geral, o conselho delega aos executivos a operação da estrutura de gerenciamento de riscos. Para garantir que os processos de gerenciamento de riscos estão funcionando corretamente, o conselho se apoia nos trabalhos de auditoria interna, que, por sua vez, se baseia em três pontos-chaves:

  • processos de gerenciamento de riscos, nos seus desenhos e quão bem estão funcionando;
  • gerenciamento dos riscos classificados como significativos, incluindo a eficácia dos controles e as respostas a esses riscos e
  • análise confiável e apropriada dos riscos, bem como dos relatórios sobre a posição dos riscos e controles.

Processo de Contratação, Definição e Substituição do Responsável pela Auditoria Interna

Supondo que o auditor interno se reportará diretamente ao conselho de administração, via comitê de auditoria, podemos considerar que o processo de contratação deverá seguir algumas premissas:

  • há que se definir corretamente o papel do profissional dentro da organização;
  • sua posição no organograma tem de deixar clara a sua independência em relação à administração;
  • seu perfil profissional deve ir além do executivo focado em conformidades regulatórias;
  • deve conhecer fortemente as boas práticas de governança corporativa, gestão de riscos, transparência e ter capacidade de atuar como consultor interno;
  • deve ter a capacidade de preservar valor (estilo do auditor antigo que focava fortemente em controles), mas também agregar conhecimentos sobre criação de valor (com foco em desempenho e, por conseguinte, deve saber melhorar os indicadores de desempenho);
  • deve possuir objetividade nas perspectivas e rigor nos seus processos de trabalho;
  • deve ter capacidade de liderar e de se comunicar, para poder atuar com acesso a todas as áreas, pessoal e recursos da organização.

Algumas capacidades importantes e necessárias:

  • Analisa dados e auditoria contínua;
  • Planejar e ter iniciativas estratégicas;
  • Apoioar constante ao estilo de liderança (tone at the top);
  • Pesquisar e entrevistar profissionais;
  • Buscar os conceitos éticos e evitar sua violação; • Trabalhar em processos antifraude (hotline);
  • Apoiar a abertura de novos negócios e expansão geográfica;
  • Apoiar o planejamento e a estratégia sobre impostos.

Independência e Objetividade da Auditoria Interna

O auditor interno precisa ter independência para poder analisar com total isenção e objetividade a funcionalidade dos processos, a eficácia das normas e procedimentos e a capacidade dos profissionais de executar corretamente as suas tarefas, para que os objetivos operacionais sejam atingidos corretamente.

Exemplo: Considere que, ao estudar e analisar os processos da tesouraria, o auditor interno detecte indícios de fraudes e falhas grosseiras de controles internos. Como o profissional subordinado ao diretor financeiro, responsável em última instância pelos controles internos da organização e pela supervisão e monitoramento dos mesmos controles internos em todos os processos da tesouraria, teria ele independência para reportar tais falhas? Seu relacionamento pessoal com o seu superior imediato seria o mesmo, após as críticas e constatações levantadas? A resposta certamente seria não.

Para preservar a capacidade de análise dos fatos, a transparência nos relatórios e o profissionalismo nas decisões, é fundamental que a auditoria interna seja totalmente independente da operação e, para isso, se reporte ao comitê de auditoria ou, na ausência desse, ao conselho de administração.

É fundamental que a auditoria interna tenha total independência. Conforme diz o IBGC no seu Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa:

'O canal de denúncias, previsto e regulamentado no código de conduta da organização, é instrumento relevante para acolher opiniões, críticas, reclamações e denúncias, contribuindo para o combate a fraudes e corrupção, e para a efetividade e transparência na comunicação e no relacionamento da organização com as partes interessadas. Tais canais devem ser direcionados ao conselho de administração. Seu propósito é conferir maior transparência ao relacionamento da organização com as partes interessadas. O IIA sugere e descreve um código de conduta ética, específico para os auditores internos das organizações. Nele busca-se reafirmar a necessidade de independência do profissional em relação à administração, além da postura íntegra e objetividade de sua atuação e julgamentos.'

O Processo de Comunicação entre a Auditoria Interna, o Conselho de Administração e os Comitês da Empresa

A auditoria interna deve efetuar o seu planejamento de trabalho e submetê-lo ao comitê de auditoria para aprovação formal (portanto com registro em ata). Os relatórios produzidos pela auditoria interna devem ser enviados e discutidos com esse comitê, principalmente quando a organização possui um canal de denúncias. O comitê de auditoria resume os pontos principais e mais significativos do relatório de auditoria interna para os membros do conselho de administração, pois um relatório de auditoria interna pode ser muito extenso e detalhado para esse conselho, e, por isso, devem ser levados somente os pontos relevantes em forma de sumário executivo.

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